Por Dra. Paula Cava
A oncologia é uma das áreas com maior crescimento e relevância da atualidade na medicina e na medicina veterinária. O aumento do número de casos está relacionado a questões multifatoriais, dentre elas o aumento da expectativa de vida associada à predisposição genética. Com o passar dos anos, o nosso sistema de defesa
e reparação começa a envelhecer, assim como os outros sistemas, ocorrendo falhas no reparo de mutações, o que ocasiona o crescimento desordenado de células que chamamos de neoplasia.
As neoplasias quando malignas, ou seja, quando apresentam capacidade de disseminar e desenvolver metástase em órgãos distantes são chamadas de câncer. Devido a essas possíveis falhas de reparação do nosso sistema, os animais de meia idade a idosos (acima de 10 anos) apresentam maior probabilidade do desenvolvimento de câncer.
Além da idade, outro fator predisponente na veterinária é a genética, assim como nos humanos. Nos animais, ocorre a predisposição racial, quando uma raça tem genética mais propensa ao desenvolvimento de um tumor do que outra. A pele é um dos locais mais comuns do desenvolvimento de neoplasias nos cães. O segundo órgão mais acometido é a glândula mamária, principalmente fêmeas não castradas ou castradas tardiamente devido a influência hormonal nesse tumor.
O mastocitoma é o tumor de pele mais comum nos cães e sabe-se que ocorre predisposição nas raças
braquicefálicas (raças com focinho curto como Buldogue, Boxer, Boston Terrier etc), Golden Retriever, Labrador entre outras. Os tumores ósseos também apresentam predisposição nas raças de grande porte, sendo o Rotweiller o mais acometido para esse tipo de neoplasia.
É de extrema importância quando adquirimos um animal, conhecermos as possibilidades de prevenção do desenvolvimento de alguns tumores devido a predisposição etária, racial e sexual. Uma das formas mais fáceis de prevenção é a castração das fêmeas logo após o primeiro o cio, que diminui significativamente a
chance do desenvolvimento de neoplasias mamárias.