Home / CÃES E GATOS / Crescendo saudável: como alimentar meu pet em cada fase da vida

Você sabe como alimentar o seu pet? Antes de responder, tenha em mente que a resposta para essa pergunta varia ao longo da vida de cães e gatos. Conforme eles ganham idade, seu metabolismo muda, assim como suas demandas energéticas e necessidades nutricionais. 

A dieta precisa acompanhar essas mudanças, e é aí que entra a importância da nutrição veterinária. Cada fase da vida dos nossos amigos envolve cuidados com a alimentação que impactam diretamente a saúde e qualidade de vida de gatos e cachorros. 

Mas o que exatamente muda e por que isso acontece? O que é levado em conta para definir e ajustar a dieta com o passar do tempo? Continue lendo para saber mais!

Por que a nutrição muda com a idade?

Segundo a Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care, “o plano nutricional adequado não busca apenas fornecer nutrientes e energia, mas também promover qualidade de vida, prevenir doenças e garantir que o organismo desempenhe suas funções metabólicas corretamente.”

E é exatamente por isso que a alimentação do seu pet não pode ser a mesma durante toda a vida. Assim como nós, cães e gatos passam por mudanças metabólicas significativas conforme envelhecem. Em outras palavras, o corpo desenvolve novas necessidades e prioridades. 

Cada fase da vida tem um foco nutricional específico, e isso impacta diretamente as características da dieta.

“Nos filhotes, a prioridade é o crescimento; nos adultos, a manutenção e prevenção; e, nos idosos, a atenção é para evitar doenças e garantir qualidade de vida.”

  • Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care.

Como alimentar pets filhotes

Cães e gatos são extremamente diferentes em diversos aspectos, mas são bem parecidos quando o assunto é a necessidade nutricional dos filhotes. Independentemente da espécie, os pequenos estão em pleno desenvolvimento e apresentam alta demanda por energia. 

Os filhotes necessitam de até três vezes mais calorias do que um adulto, pois têm uma alta demanda energética para o crescimento.

  • Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care.

Mas a nutrição nessa fase não envolve apenas quantidade de calorias. Incluir probióticos e fibras em níveis moderados na dieta auxilia no desenvolvimento de um microbioma intestinal saudável. Isso não só melhora a absorção dos nutrientes, como também previne problemas gastrointestinais no futuro. 

”Os filhotes ainda estão com o sistema digestivo em formação, por isso a dieta precisa ter alta digestibilidade. Se a alimentação for de baixa qualidade ou difícil de absorver, o animal não vai aproveitar bem os nutrientes, o que pode impactar no seu crescimento.”

  • Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care.

Cães: filhotes por mais tempo

Uma particularidade dos cães em relação aos gatos é que a fase de filhote dura períodos diferentes, dependendo do porte do animal. 

“Cães de porte pequeno são considerados filhotes até cerca de 8 a 12 meses, enquanto cães de porte gigante, com mais de 40 quilos, podem ser filhotes até os 2 ou até 3 anos”, explica a Dra. Monique. Isso significa que a alimentação específica para filhotes precisa ser mantida por muito mais tempo nos cães maiores.

Ainda existem outras variáveis. Por exemplo, é sempre importante que os filhotes tenham um balanço entre cálcio e fósforo bem equilibrado, mas entre os cães de grande porte isso é ainda mais importante. Caso contrário, eles podem desenvolver uma doença ortopédica chamada hiperparatireoidismo secundário nutricional. 

A orientação de um médico veterinário especializado em nutrição faz toda a diferença para cobrir todas as particularidades do pet e montar a dieta ideal desde os primeiros passos. 

Como alimentar pets adultos

Com uma boa nutrição enquanto filhote, o pet tem tudo para crescer e se tornar um adulto saudável e ativo. Nesta fase, as necessidades nutricionais mudam e, com elas, o foco da dieta. 

Agora, o mais importante é garantir a manutenção do organismo e a prevenção de doenças, dando ao pet energia suficiente para fazer suas atividades diárias, sem engordar ou emagrecer de forma inadequada. De modo geral, a demanda energética dos adultos é menor que a dos filhotes, mas isso varia conforme o estilo de vida do pet.

“Se um cão faz passeios diários, participa de atividades esportivas ou vai para a creche, sua demanda energética será muito maior do que a de um cão que passa o dia em casa”, explica a Dra. Monique.

O mesmo vale para os gatos: um felino ativo, que tem acesso a áreas externas ou um ambiente enriquecido com prateleiras e brinquedos, precisa de mais calorias do que um gato que passa o dia dormindo no sofá. 

Então, como saber se a dieta está alinhada com as necessidades do seu pet? Embora seja possível observar a variação no peso do animal até certo ponto, só o acompanhamento com um nutrólogo vai permitir entender a ingestão calórica ideal de forma individualizada para cada pet. 

Como alimentar pets idosos

Se gatos e cachorros enfrentam mudanças de metabolismo semelhantes quando são filhotes, a situação muda quando chegam na fase idosa. Enquanto cães mais velhos tendem a ganhar peso, acumulando mais gordura corporal, gatos mais velhos costumam perder peso. Ponto comum entre eles é que ambas as espécies tendem a perder massa muscular nessa fase.

Esse é um momento da vida que exige um olhar atento dos tutores. Ao notar que o pet está emagrecendo ou engordando demais, é fundamental procurar orientação de um médico veterinário. Evitar a obesidade e manter um peso saudável é fundamental para qualidade de vida e longevidade. E isso pode ser um desafio.

Na fase idosa, a necessidade de proteína muda: para manter a massa muscular, a demanda por proteína aumenta, e essa proteína precisa ter uma digestibilidade mais alta. Isso ocorre porque, conforme o animal envelhece, sua capacidade de digerir proteínas e gorduras diminui.”

  • Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care.

Por isso, sempre que possível, é preciso incluir na dieta ingredientes de alta qualidade e digestibilidade, a fim de ajudar na absorção dos nutrientes necessários. Além disso, outros componentes podem ser incorporados à dieta para dar suporte à saúde dos pets idosos:

  • Antioxidantes – ajudam a combater os radicais livres e retardar processos inflamatórios associados ao envelhecimento;
  • Probióticos e prebióticos – favorecem o equilíbrio do microbioma  intestinal, prevenindo distúrbios gastrointestinais e melhorando a absorção de nutrientes;
  • Nutracêuticos – são indicados para prevenir ou retardar a progressão de doenças comuns nessa fase, como problemas ortopédicos, cardíacos e renais.

Gatos: mais idade, menos água

A hidratação é importante para qualquer espécie, em qualquer fase da vida, mas vira um assunto especial quando tratamos desses pequenos felinos. É que fazer o gato beber água já é um desafio quando eles são jovens e cheios de energia, e pode ser ainda mais difícil na fase idosa. 

Isso é um problema e tanto, já que aumenta os riscos de desidratação e doenças renais. Porém, é possível contornar a resistência. 

É interessante incluir mais alimentos úmidos na dieta, como sachês e papinhas, desde que sejam completos e balanceados. Também é essencial disponibilizar mais fontes de água pela casa.”

  • Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care.

Leia também: Como fazer seu gato beber mais água? Dicas simples e eficazes!

Como identificar sinais de que a dieta do seu pet precisa mudar?

A mudança na dieta do seu pet deve sempre ser orientada por um médico veterinário, mas você pode ficar de olho em sinais que indicam que algo não está certo. Nesses casos, é importante procurar atendimento o quanto antes. Alguns sinais são: 

  • perda de apetite – se o animal está deixando comida no pote, ficando mais seletivo ou recusando a alimentação, isso pode indicar um problema;
  • variação excessiva de peso – tanto a obesidade quanto o emagrecimento repentino podem ser sinais de que a dieta não está equilibrada;
  • pelagem opaca ou queda de pelos – além de indicar deficiências nutricionais, esses sinais podem estar relacionados a problemas dermatológicos;
  • mudanças no comportamento e nível de atividade – apatia, agitação repentina, trocas de sono e vocalização excessiva podem ser indicativos de alterações cognitivas ou até sinais de dor;
  • vômito ou diarreia frequente – podem ser sinais de problemas digestivos, disbiose intestinal ou até dificuldades na absorção de nutrientes.

Saber como alimentar o seu pet é indispensável para alcançar o que você certamente quer: proporcionar uma vida longa, saudável e com muita qualidade para o seu melhor amigo. E você pode contar com o Pet Care durante toda essa jornada. Agende uma consulta! 

Produzido em parceria com a Dra. Monique Paludetti, médica veterinária especializada em nutrição de cães e gatos do Pet Care. CRMV – SP 43791

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