A obesidade em gatos e cães existe, mas, quem não acha um cão ou gato gordinho a coisa mais linda do mundo? O sobrepeso e a obesidade, entretanto, não são apenas uma questão estética, mas um problema de saúde que pode trazer diversas complicações aos pets.
Segundo a nutricionista veterinária Dra. Monique Paludetti, que atende no Pet Care, “estudos comprovam que pets obesos vivem até 2 anos a menos”, daí a necessidade de controlar a quantidade de comida e de exercício físico para que os gatos e cachorros se mantenham saudáveis e vivam mais.
Como identificar obesidade em cães e gatos?
Na rotina clínica, é utilizada uma escala conhecida como Escore de Condição Corporal, que vai de 1 a 9, sendo:
- 1 a 3 – abaixo do peso;
- 4 e 5 – peso ideal;
- 6 a 9 – sobrepeso ou obesidade.
Para fazer essa avaliação, o veterinário observa na consulta se é possível sentir as costelas do pet e se ele tem cintura e acúmulo de gordura. Gatos costumam acumular gordura no abdômen, já os cães no peito, pescoço e na base do rabo.
Estima-se que um pet gordo tenha 20% de acúmulo de gordura no corpo, enquanto nos obesos essa porcentagem sobe para 30% ou mais.
O que causa obesidade em gatos e cachorros?
Diversos fatores podem levar à obesidade em gatos e cães, sejam eles genéticos, sociais, culturais, metabólicos ou endócrinos, mas, basicamente, um cachorro ou gato fica obeso quando consome mais calorias do que gasta.
Muitas vezes, os pais de pet são os culpados pelo excesso de peso dos seus filhos, seja porque não controlam a quantidade de comida, porque oferecem petiscos em excesso ou até mesmo como forma de demonstrar amor, ou por não terem a noção de que o pet está gordinho.
Outro problema comum é a falta de tempo para sair para passear com o pet, que precisa de exercícios diários, não é só para fazer xixi e cocô.
É comum as pessoas acharem que o cão ou gato está em forma quando ele já está gordo ou até mesmo obeso. Mas a obesidade é uma bola de neve. Quanto mais gordos ficam os cães e gatos, menos exercícios eles querem fazer. E, assim, acabam engordando mais.
Não são poucos os pets obesos no mundo. De 2010 para cá, alguns estudos feitos no Japão, na China e na Espanha mostraram o aumento de pets com sobrepeso e obesidade, chegando a 40% do total. Esse é o mesmo percentual de um estudo realizado na cidade de São Paulo.
Quais os sintomas de obesidade em cachorro e gatos?
Os pets gordos ou obesos dão sinais que você pode perceber facilmente:
- cansaço para andar e correr, e dificuldade para se levantar e se locomover, uma vez que o excesso de peso causa problemas articulares;
- dificuldade respiratória, pois o acúmulo de gordura no peito e no pescoço podem comprimir a traqueia;
- sedentarismo. O cansaço e a dificuldade de locomoção farão com que seu pet não tenha vontade de se movimentar.
O oposto também acontece: conforme os pets perdem peso, eles ficam mais ativos.
“Nossa, fazia tempo que não via meu cão abanando o rabinho”, “agora ele consegue subir a escada”, “ele voltou a pegar o brinquedo na caixinha”, são algumas frases que a Dra. Monique se lembra de ter ouvido em seus atendimentos.
Riscos da obesidade canina e felina
Entre as consequências da obesidade em gatos e cães, estão problemas articulares, locomotores e respiratórios.
Mas, não é só isso, a obesidade é considerada um estado de inflamação crônica no organismo e pode favorecer o aparecimento de doenças cardíacas, pancreatite, aumento de triglicérides e colesterol, hipertensão, queda da resistência imunológica, doenças neurológicas e diabetes (sendo, nesse caso, mais comum em felinos).
Algumas raças de cães e gatos têm predisposição à obesidade?
Sim. No caso dos cães, Pug, Dachshund, Basset Hound, Labrador, Golden Retriever, Rottweiler, Beagle, Terra Nova e São Bernardo, entre outros, precisam de um controle maior da alimentação. Em labradores, foi comprovado que existe uma mutação em um gene que predispõe à obesidade por aumentar o apetite dos cães.
Em relação aos felinos, alguns estudos mostraram que gatos de raças mistas apresentaram maior probabilidade de desenvolverem obesidade comparados aos gatos de raças puras.
Como tratar obesidade em cães e gatos?
Você sabia que a forma como nos relacionamos com a comida pode influenciar na maneira como cuidamos dos nossos cães e gatos? É comum pessoas que se alimentam mal darem petiscos ou comida em excesso para seus pets, muitas vezes como forma de carinho.
Além disso, pessoas obesas tendem a ter pets obesos. O estilo de vida mais sedentário acaba sendo transferido para os pets.
Para fazer seu cão ou gato emagrecer é preciso que ele consuma menos calorias do que gasta. A alimentação deve ser específica para obesidade canina ou felina, pois essas rações são concentradas em nutrientes e possuem menos calorias.
O processo de emagrecimento do seu pet deve ser sempre feito com o auxílio de um veterinário.
No cão, é preciso primeiro reduzir a alimentação e ir aumentando o exercício físico aos poucos, às vezes com fisioterapia veterinária. Se você entrar com uma atividade intensa inicialmente, ele não vai aguentar.
No caso dos gatos, o processo de emagrecimento também deve ser lento e gradual, para evitar uma doença grave chamada lipidose hepática.
É muito perigoso fazer dieta sem orientação. De acordo com a idade, condição de saúde e estilo de vida do seu pet, o nutricionista veterinário vai ajustar a alimentação e a atividade física para que ele entre em forma.
Lembre-se de que a obesidade em gatos e cachorros é uma bola de neve e, quanto mais gordo o pet fica, menos exercício ele faz, e assim ele acaba ganhando ainda mais peso.
Agora que você conhece os riscos da obesidade, se notar que seu pet está gordinho, não perca tempo! Se precisar de orientação, de uma dieta individualizada ou tratamento, conte com a equipe de especialistas do Pet Care.
Agenda agora mesmo uma consulta com o veterinário endócrino e cuide da saúde do seu animalzinho!
Fontes:
Dra. Monique Paludetti, médica-veterinária especializada em nutrição
VCA Hospitals
Portal Royal Canin