Home / CÃES E GATOS / As etapas da doença renal crônica em cães e gatos

Hoje nossos pets vivem mais do que antigamente. Por isso, a gente ouve falar mais sobre cães e gatos com doença renal crônica (DRC).

Os rins têm muitas funções, entre elas filtrar e eliminar as substâncias tóxicas presentes no sangue. Eles também produzem hormônios, controlam a quantidade de água no organismo e regulam os níveis de certos eletrólitos, como o sódio e o potássio.

A Dra. Cínthia Martorelli, que realiza atendimento em nefrologia e urologia veterinária, explica que “a doença renal crônica em cães e gatos é progressiva e irreversível, por isso o diagnóstico precoce é fundamental”. Se o seu pet recebeu o diagnóstico de DRC, é interessante aprender sobre a progressão da doença.

Como diagnosticar a doença renal crônica?

O veterinário vai analisar o histórico do seu pet e solicitar alguns exames de sangue, como ureia, creatinina e SDMA, além do exame de urina, do ultrassom abdominal e de tirar a pressão.

Com esses exames e também a aferição da pressão arterial será possível determinar se o pet é doente renal crônico e em qual estádio da DRC ele se encontra.

As etapas da doença renal em cães e gatos

Existe um consenso internacional sobre as etapas da doença renal crônica. Segundo a IRIS (International Renal Interest Society), os quatro estádios são:

Estádio 1: nessa fase, os pets não demonstram sintomas. Aparentemente estão saudáveis, comendo, brincando e sem alteração de peso. Provavelmente no ultrassom será notada alguma alteração na morfologia renal, como formato, tamanho ou ecogenicidade dos rins. O exame de urina poderá demonstrar redução da capacidade de concentrar urina.

Estádio 2: aqui aparecem os primeiros sintomas, como emagrecimento, aumento da sede e da frequência de micção. Nesse estádio, existe comprometimento de cerca de 75% dos néfrons (unidade funcional dos rins). A partir desse estádio ocorre leve aumento dos valores séricos de ureia e creatinina (chamado de azotemia), e pode haver um leve aumento dos valores de SDMA.

Estádio 3: nessa fase, as taxas de ureia e creatinina estão mais elevadas e as manifestações clínicas tornam-se mais evidentes. O pet pode apresentar um mau hálito característico, chamado de halitose urêmica, apatia, apetite seletivo ou falta de apetite e vômitos, além de complicações por conta da perda das funções renais, como desidratação, anemia em animais, aumento de fósforo no sangue e distúrbios eletrolíticos, entre outros.

Estádio 4: aqui o pet apresenta azotemia grave, com creatinina igual ou superior a 5,0mg/dl, e manifestações clínicas mais evidentes devido às complicações da doença renal crônica.

Como se trata a doença renal crônica?Infelizmente, os rins não se regeneram e nem recuperam suas funções. O tratamento é conservador e consiste em ajustar e controlar as funções renais que estão sendo perdidas, para que os pets possam viver com qualidade de vida por mais tempo.

O acompanhamento da doença é importante para identificar suas complicações e possibilitar que o veterinário ajuste a alimentação e as medicações conforme sua progressão.

Causas da doença renal crônica em cães e gatos

doença renal cronica

A doença renal crônica em cães e gatos é mais comum em cães e gatos idosos, portanto podemos dizer que o envelhecimento é uma das causas da DRC. Porém, ela também pode atingir animais jovens, com até 5 anos de idade, sendo conhecida como doença renal juvenil. “Algumas raças de cães e gatos podem ter predisposição genética, como o Shih Tzu, Sharpei, Lhasa Apso, Samoieda, Dálmata e Bull Terrier no caso dos cães, e Persa e Abissínio quando falamos em gatos”, comenta a Dra. Cínthia.

Outras doenças podem levar ao desenvolvimento da DRC como, por exemplo, a leishmaniose e a PIF (peritonite infecciosa felina), que são doenças infecciosas, e o hiperadrenocorticismo e o hipertireoidismo, que são doenças endócrinas.

A doença renal crônica em cães e gatos pode ser causada também por substâncias nefrotóxicas. Alguns medicamentos (anti-inflamatórios), aditivos de carros e mesmo plantas, como o lírio (no caso dos gatos), e frutas, como a uva (no caso dos cães), além dos envenenamentos e choques térmicos, podem prejudicar os rins e levar a injúria renal aguda (IRA). A IRA também pode ser causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal, como no caso de desidratações graves, hemorragias e pressão baixa, bem como por quadros obstrutivos do trato urinário (pedras nos rins, ureteres e uretra).

Com quantos anos meu pet vai apresentar problemas renais?

Nos cães e gatos, a doença renal crônica pode estar associada ao envelhecimento, ou seja, é doença de cão e gato idoso.

Para a maioria dos cães pequenos, os primeiros sinais da doença aparecem entre 10 e 14 anos de idade.

Já os cães de grande porte costumam viver menos e podem apresentar os primeiros sintomas por volta dos 7 anos. Entretanto, vale lembrar que a DRC pode acometer animais jovens, e nesse caso ela pode se manifestar com meses de idade.

No caso dos gatos, 30 a 40% se tornam doentes renais crônicos com mais de 10 anos. Essa porcentagem sobe para 81% se considerarmos gatos acima de 15 anos. 10% dos casos ocorrem em gatos com menos de 3 anos, mas vale lembrar que a que a DRC pode acometer animais jovens.

Qual a expectativa de vida de um pet com doença renal crônica?

A doença renal crônica é irreversível, mas quanto antes você souber o diagnóstico mais tempo você e seu pet poderão passar juntos. Por isso, não deixe de agendar o check-up do seu cão ou gato anualmente. A DRC é silenciosa, seu pet pode estar no primeiro estádio e não demonstrar sintomas.Gostou de saber sobre as fases da doença renal em cães e gatos? Se precisar de orientação ou cuidados com o seu pet, conte com os serviços de nefrologia do Pet Care.

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