Você já ouviu falar sobre a doença renal crônica em cachorros e gatos? Ela também é conhecida como DRC e o Março Amarelo vem para alertar sobre ela e seus cuidados.
Primeiramente, é importante saber que os rins têm muitas funções, entre elas filtrar e eliminar as substâncias tóxicas presentes no sangue. Eles também produzem hormônios, controlam a quantidade de água no organismo e regulam os níveis de certos eletrólitos, como o sódio e o potássio.
A doença renal crônica é progressiva e irreversível, por isso o diagnóstico precoce é fundamental. Se o seu pet recebeu o diagnóstico de DRC, é interessante aprender sobre a progressão da doença e saber mais informações sobre ela. Confira a seguir!
As etapas da doença renal em cães e gatos
Existe um consenso internacional sobre as etapas da doença renal crônica em cachorros e gatos. Segundo a IRIS (International Renal Interest Society), os quatro estágios são:
Estágio 1
Nessa fase, os pets não demonstram sintomas. Aparentemente estão saudáveis, comendo, brincando e sem alteração de peso. Provavelmente no ultrassom será notada alguma alteração na morfologia renal, como formato, tamanho ou ecogenicidade dos rins. O exame de urina poderá demonstrar redução da capacidade de concentrar urina.
Estágio 2
Aqui aparecem os primeiros sintomas de problemas nos rins dos gatos e cachorros, como emagrecimento, aumento da sede e da frequência de micção. Nesse estágio, existe comprometimento de cerca de 75% dos néfrons (unidade funcional dos rins). A partir daqui, ocorre um leve aumento dos valores séricos de ureia e creatinina (chamado de azotemia), e pode haver também um leve aumento dos valores de SDMA (dimetilarginina simétrica).
Estágio 3
Nessa fase, as taxas de ureia e creatinina estão mais elevadas e as manifestações clínicas tornam-se mais evidentes. O pet pode apresentar um mau hálito característico, chamado de halitose urêmica, apatia, apetite seletivo ou falta de apetite e vômitos, além complicações por conta da perda das funções renais, como desidratação, anemia, aumento de fósforo no sangue e distúrbios eletrolíticos, entre outros.
Estágio 4
Aqui o pet apresenta azotemia grave, com creatinina igual ou superior a 5,0mg/dl, e manifestações clínicas mais evidentes devido às complicações da doença renal crônica.
Causas da DRC: o que sobrecarrega o rim do cachorro e gato?
A doença renal crônica é mais comum em cães e gatos idosos, portanto podemos dizer que o envelhecimento é uma das causas da DRC.
Porém, ela também pode atingir animais jovens, com até 5 anos de idade, sendo conhecida como doença renal juvenil. Algumas raças de cães e gatos podem ter predisposição genética, como o Shih Tzu, Sharpei, Lhasa Apso, Samoieda, Dálmata e Bull Terrier no caso dos cães, e Persa e Abissínio quando falamos em gatos.
Outras doenças podem levar ao desenvolvimento da DRC, como a leishmaniose e a PIF (peritonite infecciosa felina), que são doenças infecciosas, e o hiperadrenocorticismo e o hipertireoidismo, que são doenças endócrinas.
A doença renal crônica em cachorros e gatos pode ser causada também por substâncias nefrotóxicas. Alguns medicamentos (anti-inflamatórios), aditivos de carros e mesmo plantas, como o lírio (no caso dos gatos) e frutas, como a uva (no caso dos cães), além dos envenenamentos e choques térmicos, podem prejudicar os rins e levar a injúria renal aguda (IRA). A IRA também pode ser causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal, como no caso de desidratações graves, hemorragias e pressão baixa, bem como por quadros obstrutivos do trato urinário (pedras nos rins, ureteres e uretra).
Leia também: Saiba como evitar problemas nos rins de cães e gatos
Com quantos anos meu pet vai apresentar problemas renais?
Nos cães e gatos, a doença renal crônica pode estar associada ao envelhecimento, ou seja, é doença de animais idosos.
Para a maioria dos cães pequenos, os primeiros sinais da doença aparecem entre 10 e 14 anos de idade.
Já os cães de grande porte costumam viver menos e podem apresentar os primeiros sintomas por volta dos 7 anos.
Entretanto, vale lembrar que a DRC pode acometer animais jovens e, nesse caso, ela pode se manifestar com meses de idade.
No caso dos gatos, 30 a 40% se tornam doentes renais crônicos com mais de 10 anos. Essa porcentagem sobe para 81% se considerarmos gatos acima de 15 anos. 10% dos casos ocorrem em gatos com menos de 3 anos, mas vale lembrar, novamente, que a DRC pode acometer animais jovens.
Como diagnosticar a doença renal crônica em cachorros e gatos?
Para diagnosticar o cachorro com doença renal crônica ou o gato, o veterinário vai analisar o histórico do seu pet e solicitar alguns exames de sangue, como ureia, creatinina e SDMA, além do exame de urina, do ultrassom abdominal e de tirar a pressão.
Com esses exames e também a aferição da pressão arterial, será possível determinar se o pet é doente renal crônico e em qual estádio da DRC ele se encontra.
Como tratar cachorro e gato com doença renal crônica?
Infelizmente, os rins do gato e do cachorro não se regeneram e nem recuperam suas funções. O tratamento é conservador e consiste em ajustar e controlar as funções renais que estão sendo perdidas, para que os pets possam viver com qualidade de vida por mais tempo.
O acompanhamento da doença é importante para identificar suas complicações e possibilitar que o veterinário ajuste a alimentação e as medicações conforme sua progressão.
Expectativa de vida: quais as chances de um cachorro ou gato com insuficiência renal sobreviver?
A doença renal crônica em cachorros e gatos é irreversível, mas, quanto antes você souber o diagnóstico, mais tempo você e seu pet poderão passar juntos.
Por isso, não deixe de agendar o check-up veterinário anualmente. A DRC é silenciosa, seu pet pode estar no primeiro estádio e não demonstrar sintomas.
Gostou de saber as informações e as fases da doença renal em cães e gatos? Se precisar de orientação ou cuidados com o seu pet, conte com os serviços de nefrologia do Pet Care.
Fontes:
Atendimento em nefrologia e urologia – UnicPet
IRIS
VCA Hospitals