O que devemos fazer? A Dirofilariose é uma doença que atingiu vários animais na cidade de São Paulo nos anos 90. Depois disso devido aos cuidados preventivos e talvez até ao processo de urbanização e desaparecimento de florestas e rios limpos, ela praticamente desapareceu. Foram poucos casos diagnosticados nesses últimos 15 anos.
Acontece que agora estamos novamente fazendo diagnósticos da doença e isso pode ser muito perigoso. O retorno da Dirofilariose pode ser somente um ciclo natural da doença, mas também pode estar relacionada ao relaxamento nas medidas preventivas e mesmo em uma adaptação do mosquito transmissor e as novas condições ambientais.
A Dirofilariose voltou a ser endêmica no Estado do Rio de Janeiro e praticamente em todo Norte e Nordeste do Brasil, onde muitos animais acabam morrendo de complicações cardíacas causadas pela doença.
O Mosquito transmissor vive preferencialmente em rios e lagos próximos ao litoral, mas é também encontrado em regiões arborizadas próximas a mananciais no interior do estado e principalmente na Grande São Paulo. Guarapiranga, Billings, Itapecirica da Serra, Alphavile, Aldeia da serra, Granja Vianna, Embu das Artes e outras regiões apresentam condições favoráveis à proliferação de mosquitos e consequentemente da doença.
Muitas vezes os animais que visitam o litoral nos finais de semana junto com a família podem se contaminar lá e trazer o parasita para a cidade infectando os mosquitos dessa região, que passarão a transmitir aos muitos cães que nunca saíram da cidade.
A doença é causada por um parasita (Dirofilaria immitis) que vive no lado direito do coração e nos grandes vasos cardíacos do animal. Os parasitas se reproduzem lançando um grande número de microfilárias (filhotes) na circulação sanguínea, que são transmitidas aos mosquitos sugadores de sangue (pernilongos) e depois disso passam a outros cães por meio da sua picada.
Muitos casos são diagnosticados encontrando-se esses filhotes (as microfilárias) nos exames de sangue, porém isso nem sempre ocorre, devendo-se utilizar testes sorológicos específicos. Dessa forma os animais que vivem em áreas endêmicas ou de risco, ou que eventualmente visitem esses locais, devem ser submetidos ao exame específico e posterior tratamento preventivo, caso ainda não tenham se infectado. A prevenção correta feita mensalmente pode salvar o seu cão da doença sem nenhum outro risco colateral.
Os cães parasitados e não tratados podem desenvolver quadro de insuficiência cardíaca, podendo morrer com a progressão da doença.
Como prevenir a Doença:
A Dirofilariose é uma doença que exige tratamento preventivo durante toda a vida do animal. O tratamento para cães deve ser iniciado a partir de 6 a 8 semanas de idade. Para cães adultos, antes de iniciar o tratamento preventivo, um exame de sangue deve ser feito para descartar a possibilidade de infecção prévia de parasitas adultos.
Animais positivos
Os animais com diagnóstico positivo para Dirofilariose podem e devem ser tratados, porém o tratamento é caro e hoje em dia não temos o Medicamento indicado para venda no Brasil. Ainda assim o tratamento para vermes adultos apresenta alguns riscos e o animal deverá ser avaliado previamente, devendo permanecer confinado durante todo o período do tratamento.