A foto deste animal mostra uma infecção por um ácaro chamado Demodex Canis causando o que chamamos de demodicose ou sarna negra.
Este ácaro pode ser encontrado na pele de todos os cães e gatos porém, em filhotes de cães é muito mais comum.
Nos cães adultos a doença é rara e pode aparecer nos animais acometidos por doenças hormonais (endocrinopatias) ou em animais com câncer, que estão com a imunidade alterada.
Quando a sarna demodécica não é tratada adequadamente pode ocorrer grave infecção bacteriana nas lesões, drenando assim grande quantidade de pus ou sangue.
O diagnóstico é feito observando-se o ácaro através do microscópio (como mostra a foto) de um raspado cutâneo ou técnica da fita adesiva.
Em algumas raças, como Shar-Pei e Bulldog Inglês, que apresentam pele bem espessa, é necessária muitas vezes a biópsia para fechar o diagnóstico.
Nos filhotes, o aparecimento das lesões se dá geralmente entre 3 e 6 meses de idade, apresentando em geral falhas de pelo ao redor dos olhos, da boca, das patas (como mostra a imagem abaixo) e no resto do corpo também. Não coça, mas se começar a ficar infectada, drenando uma secreção vermelho amarelada, o filhote vai coçar.
A sarna demodécica não é transmissível para outro animal da casa e nem para o homem.
Todo filhote com uma falha de pelo deveria ir ao veterinário para ser examinado e constatar se tem ou não sarna demodécica.
Quando o tratamento for bem feito, a evolução geralmente é boa. Nos filhotes a cura geralmente acontece. Nos adultos, a doença pode persistir, pois está, na maioria das vezes, vinculada a outro problema de saúde e o tratamento será por tempo indeterminado.
O tratamento em geral pode durar de 2 a 3 meses com medicação oral e banhos se necessários. Os casos mais complicados são aqueles onde houve uma generalização tomando todo o corpo do animal, causando infecções cutâneas graves.
É importante frisar que o uso de certas medicações é proibido em raças como Collie, Pastor de Shetland, Old English Sheepdog e seus cruzamentos, devido aos graves efeitos colaterais. Nestas raças, o tratamento deverá ser feito de outra forma e sempre sob a orientação de um médico veterinário.