No fim de julho, um vira-lata, um husky siberiano e um golden retriever enfrentavam problemas sérios de saúde. Respiravam com dificuldade e sofriam desmaios constantes.
Tinham uma expectativa de vida de, no máximo, mais alguns meses. O trio hoje vive muito melhor, depois de passar por uma delicada cirurgia cardíaca. Até então, o procedimento havia sido realizado pouquíssimas vezes no país. Graças à operação (cada uma durou cerca de uma hora e meia), eles foram curados de problemas graves como uma obstrução da saída de sangue do coração em direção ao pulmão, o que deixava o músculo sobrecarregado.
O tratamento dos cães foi realizado a seis mãos na unidade Ibirapuera da rede de hospitais Pet Care. Na ocasião, dois médicos da empresa e um francês expert nesse tipo de cirurgia revezaram-se nos cuidados. Uma máquina de última geração emprestada pela Siemens teve um papel essencial no trabalho. Ela atua na prática como um raio X em tempo real, transmitindo a um monitor imagens do organismo do paciente.
Baseados nessas informações, os profissionais optaram por fazer incisões de, no máximo, 1 centímetro na coxa dos animais, a fim de permitir a passagem de um cateter equipado com um pequeno balão na ponta. Ao chegar ao coração, esse balão foi inflado para romper a região obstruída. “Sem esse recurso, antes a coisa era muito mais invasiva, pois precisávamos abrir o tórax do pet”, explica Guilherme Goldfeder, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária e chefe da equipe do Pet Care. “A recuperação era muito lenta, e poucos se arriscavam a fazer esse procedimento.”
Agora, o hospital estuda comprar o aparelho para incorporá-lo à rotina do serviço. Ele custa cerca de 300 000 reais. “Estamos ainda muito atrasados por aqui em relação ao que se faz nos Estados Unidos”, compara Goldfeder