Essa semana, atendemos o Chand, gato de 12 anos de idade com uma crise aguda de asma. Ele havia tido a primeira crise há 30 dias mas foi mais discreta. Nessa semana ele chegou respirando com dificuldade, cianótico e com a boca aberta. Foi medicado e saiu da crise, mas agora esta internado para controle e tratamento.
A Asma em gatos é muito mais comum do que você imagina. Ela se desenvolve por uma hipersensibilidade a alérgenos ambientais (cigarro, poluição, ácaros, poeira, pólen de plantas, incenso etc).
Esta doença respiratória aguda em gatos se assemelha a asma brônquica em seres humanos. A asma felina afeta cerca de 1% de todos os gatos. Gatos Siameses podem ter um risco ligeiramente aumentado se comparado com outras raças. Muitos desses pacientes podem apresentar crises agudas de falta de ar, se tratando assim de uma emergência médica, enquanto que outros gatos podem apresentar somente quadros de tosse crônica e chiado.
Gatos com tosse crônica seguido de ânsia de vômito e expulsão de uma “baba branca” pode ter diagnóstico confundido com “bolas de pelo”.
Em alguns gatos, as crises podem ser sazonais ou seja ocorrer em determinadas épocas do ano, como no outono e inverno (mais secos e mais poluídos) ou mesmo em determinados ambientes, como na presença de fumantes (fumaça do cigarro), quartos fechados com tapetes ou carpetes ou mesmo perfumes mais fortes dispersos no ar, desencadeando as crises asmáticas.
Doença do Coração ou Dirofilariose Felina causada pelo parasita Dirofilária tem sido responsabilizado como uma das causas do desenvolvimento da asma em gatos, mas na maioria dos pacientes a causa é desconhecida.
A crise aguda de asma começa com o aparecimento súbito de dificuldade respiratória, acompanhada de chiado e tosse. Esse sinal clínico está associado a uma contração súbita dos músculos lisos do pulmão que rodeiam os brônquios (broncoespasmos), reduzindo drasticamente a capacidade respiratória. Esse esforço para tentar respirar leva ao chiado que é ouvido quando o gato exala o ar, e geralmente é alto o suficiente para ser ouvido de longe.
Durante esse ataque de asma com falta de ar, o gato pode sentar-se com os ombros curvados ou deitar-se com o peito para baixo e com a boca aberta, esforçando-se para respirar. As gengivas e língua ficam azuladas (roxas) devido à falta de oxigênio (cianose).
O tratamento nessas crises deve ter por objetivo, diminuir esse broncoespasmo e aliviar o desconforto respiratório. Broncodilatadores, tais como a terbutalina e cortisona são eficazes durante o ataque agudo. Os anti-histamínicos e antitussígenos não devem ser usados porque eles interferem na capacidade do gato em eliminar as secreções pulmonares.
Gatos asmáticos podem ser hospitalizados para sedação e para removê-los de um ambiente alergênico. Suplementação de oxigênio na máscara, cateter nasal ou mesmo direto na traquéia com o gato anestesiado, podem ser necessários para os casos agudos.
Asma felina é uma doença crônica com ataques recorrentes. Esses ataques são muitas vezes controlados com doses de manutenção de cortisona oral ou por inalação. Infelizmente esse medicamento pode causar efeitos colaterais como diabetes em gatos. A dose e frequência do medicamento deve ser instituído pelo Médico Veterinário para evitar a dependência e efeitos colaterais. Se a crise de asma é sazonal, causadas por certos polens, poeira e poluição mais comuns no inverno, o gato pode precisar de medicação apenas nessa época do ano.
Muitos gatos asmáticos são tratados com inaladores especialmente desenvolvidos para eles como o Aerokat®. Assim os medicamentos via inalação, prescritos pelo seu Médico Veterinário são administrados nessa máscara. Este método minimiza os efeitos colaterais das cortisonas e proporciona alívio imediato.
Os antibióticos raramente são necessários, a menos que o gato tenha uma infecção simultânea com Mycoplasma ou pneumonia secundária.