Esse é o Billy que está internado no hospital com suspeita de Botulismo. Ele veio encaminhado de um colega veterinário com essa suspeita, pois apresentou paralisia flácida ascendente: começou nas patas trazeiras e veio para parte da frente do corpo, inclusive com dificuldade respiratória.
Quando fizemos uma lavagem intestinal essa suspeita se acentuou pois nas fezes dele tinha restos de lixo, papel alumínio e plásticos.
O botulismo é uma doença incomum em cães, muito grave, relacionada com a ingestão de carne de animais mortos, restos de lixo, ossos enterrados, terra com máteria orgânica e carniça.
Os sintomas pode ter inicio súbito (agudo) ou sub agudo dentro de algumas horas a seis dias depois do animal comer esses restos contaminados com a bactéria Clostridium botulinum ou mesmo somente com a toxica produzida por elas. Esta neurotoxina provoca fraqueza muscular que se inicia com as patas trazeiras subindo para os braços e pescoço a presentando então a paralisia das 4 patas (membros). Dificuldade respiratória por paralisia do diafragma é menos comum, mas pode acontecer. Outro sinal muito comum é a paralisia das pálpebras, quando o animal não consegue piscar os olhos.O rabo na paralisa nunca.
Sintomas
– Fraqueza repentina se espalhando a partir de patas traseiras e subindo para o tronco, pernas dianteiras e pescoço
– Fraqueza severa de todas as quatro pernas ou paralisia dos quatro membros (o que geralmente ocorre dentro de 12 a 24 horas após o início).
– Paralisia do diafragma com dificuldade respiratória.
– Paralisia das pálpebras e músculos faciais.
– Dificuldade de deglutição e aparecimento do megaesôfago.
Diagnóstico:
Muitas vezes somente a história e os sintomas apresentados são suficientes para a suspeita clínica e diagnóstico, principalmente quando do contato com lixo, animal que vive em quintais ou zonas rurais e que podem cavocar o chão, comem osso, enterra comida no quintal etc.
O Médico Veterinário Neurologista irá realizar um exame neurológico completo do seu cão, com os testes neurológicos, rx de coluna, exames de sangue e urina para descartar outras doenças que levariam a paralisia.
Tratamento:
O tratamento depende do grau de paralisia apresentado e de suas consequências. Se é uma paralisia parcial, o animal pode ser hospitalizado e monitorado até voltar a comer, urinar e defecar sem problemas.
No entanto se o paciente tiver uma paralisia completa com dificuldade para respirar devido à paralisia dos músculos respiratórios, será necessário monitorar o animal e deverá ficar internado para isso, recebendo inclusive soro na veia. Antibióticos devem ser usados e a evolução é dependente das complicações decorrentes da paralisia que pode durar de 1 a 3 semanas.