Neoplasia hepática é o câncer (tumor) de fígado. O Tumor de fígado pode ser o resultado de um tumor primário (um tumor que tem origem no fígado), de origem hemolinfático (resultantes de células do sangue ou tecido linfoide, como no caso de linfomas) ou metastático (tumor que se espalhou para o fígado a partir outros órgãos, como resultado de tumores de mama, tumores de pele ou de vasos sanguíneos como o hemangiossarcoma).
A forma mais comum de câncer de fígado em cães é aquele resultante de metástases e dentre esses o hemangiossarcoma pode ser considerado o mais comum.
Câncer primário do fígado é raro, compreendendo menos de dois por cento de todos os tumores de fígados nesta espécie. Quando isso ocorre, os tumores primários hepáticos mais comuns observados em cães são carcinoma hepatocelular, que são tumores malignos que surgem a partir das células do fígado, e de adenomas hepatocelulares ou hepatomas, que são tumores benignos que surgem a partir das células do fígado.
A causa do câncer primário do fígado pode estar relacionada a fatores ambientais. Exposição a agentes cancerígenos ou causadores de câncer ou de produtos químicos, pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer. Muitos produtos químicos não são tóxicos até que sejam metabolizados pelo fígado. O fígado realiza um papel importante na desintoxicação de muitas substâncias que circulam pelo sangue. Exemplos de possíveis substâncias carcinogênicas incluem toxinas produzidas por fungos que são por vezes associados aos alimentos (rações e alimentos mofados) para animais de estimação, aditivos alimentares, certos pesticidas, corantes, plantas e tecidos animais. As infecções virais tem sido associada com o tumor hepático em seres humanos. Isto não tem sido demonstrado em cães. Tumor primário do fígado é mais comum nos animais de estimação com mais de 10 anos de idade. Há um risco ligeiramente aumentado de carcinoma hepatocelular nos machos em relação às fêmeas.
A manifestação clínica (sintomas) da doença sobre o animal varia dependendo do tipo de tumor. Os tumores benignos não se espalham e, geralmente, não causam sintomas, a menos que eles comprimam outros órgão abdominais ou se rompam, causando sangramento e hemorragia.
Ocasionalmente, grandes tumores hepáticos benignos causar hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue).
Já os tumores malignos e muitas vezes invasivos, tendem a comprometer também outros órgãos como pulmões, baço, rins, intestinos e peritônio. Mesmo que não se alastre para outros órgãos os tumores malignos comprometem a função do fígado levando a alterações de enzimas hepáticas, diminuição de proteínas do sangue deficiência de fatores de coagulação e de vitaminas. A partir de então observamos sangramentos abdominais e comprometimento acentuado de qualidade de vida com quadro de dor, cólicas e muito desconforto.
Exames periódicos de sangue avaliando a função hepática e de exame de ultra som de abdome, pode identificar alterações de enzimas hepáticas e da própria estrutura (forma) do fígado.
O diagnóstico precoce pode orientar o tratamento, podendo em alguns casos ter indicação cirúrgica (se o tumor estiver restrito a uma parte somente do fígado), uso de “protetores hepáticos”, suplementação de vitaminas e antioxidantes, uso de antibióticos para controlar o crescimento de bactérias no intestino, manejo alimentar entre outros.
O que devemos observar nos animais que poderia ser indicativo de lesão no fígado:
–Vômitos;
-Diminuição do apetite;
-Distensão abdominal;
-Gengivas pálidas;
-Fraqueza generalizada;
-Aumento da frequência respiratória;
-Dificuldade respiratória;
-Icterícia (coloração amarelada da pele);
-A perda de peso;
Avaliações periódicas, principalmente em animais acima de 7 anos de idade e daqueles com predisposição a tumores ou com históricos de tumores na família ajuda no diagnóstico precoce e na manutenção da qualidade de vida.