Infelizmente o problema de resistência bacteriana dando origem à super bactérias, aquelas resistentes a vários antibióticos ocorre com frequencia no meio veterinário.
O grande problema é que cães e gatos, com infecções diagnosticadas por veterinários e medicados corretamente, muitas vezes apresentam melhora significativa dos sintomas (e não da infecção bacteriana) e o proprietário decide parar o tratamento. Outras vezes é muito difícil de medicar o animal e este apresentando uma melhora, os proprietários param o medicamento ou também não conseguem fazer a dosagem correta nem o intervalo correto do antibiótico (dificuldade de medicar o animal). A bactéria que ainda não foi erradicada totalmente pode se recompor e se tornar resistente à medicação.
Infecções bacterianas de pele e ouvidos (otite e piodermite) em animais de estimação devem ser tratadas no mínimo 15 dias com antibiótico, podendo se estender durante meses até quando o veterinário notar que não há mais necessidade da medicação.
Infecções de trato urinário (cistite, pilonefrite) se recomenda no mínimo 21 dias de antibiótico assim como nas mordeduras e feridas sépticas podendo se estender meses de tratamento.
Para infecções ósseas (osteomielite) a antibioticoterapia é realizada por tempo indeterminado até haver completa resolução diagnosticada por radiografia.
Na verdade em qualquer infecção recorrente deve-se fazer cultura da bactéria e antibiograma para identificar qual é a bactéria e a qual antibiótico ela é susceptível.
Nós veterinários devemos conscientizar os proprietários de animais da responsabilidade da administração de antibiótico, indicar o melhor produto para facilitar a medicação seja oral em forma de comprimido, solução oral tipo xarope, injetável e reforçar que o tratamento não pode ser interrompido para não sermos responsáveis por este grande problema mundial hoje em dia: SUPER BACTÉRIAS RESISTENTES, o que ocasionará dano tanto para animais como poderá também causar danos para a humanidade.