Esse filhote foi atendido no Pet Care com uma reação de angioedema e urticaria na face decorrente da picada de uma abelha. É muito comum em filhotes que vão cheirar ou brincar com o inseto. Além da dor local depois de alguns minutos, os animais desenvolvem inchaço da face e placas urticariformes que causam desconforto e coceira.
A picada de inseto é a causa mais comum de reações anafiláticas/anafilactóides, seguido de aplicações de vacinas e alguns medicamentos.
Normalmente, no caso de picada de inseto, como a quantidade de veneno é pequena, não ocorrem grandes problemas, mas quando a reação alérgica é causada por vacinas ou medicamentos, esses sinais podem ser somente o início de uma série de sintomas que podem levar o animal a óbito, se não for tratado a tempo.
Saiba mais sobre reação anafilática
Reações de hipersensibilidade (anafiláticas e anafilactoides) podem ocorrer em cães e gatos após a inoculação de qualquer material estranho ao organismo, como veneno de uma picada de inseto, aplicação de vacinas, inoculação de medicamentos e até produtos químicos presentes em alimentos.
A gravidade destas reações podem variar desde uma simples erupção cutânea com prurido (coceira), até alterações gravíssimas no sistema respiratório, gastrointestinal e cardiovascular com sinais de hipotensão, vômitos, diarreia e estresse respiratório, não raramente levando o animal a óbito se não tratado rapidamente.
Vacinas que contenham bacterina (vacina de Leptospirose) ou adjuvante (vacina antirrábica) são mais propensas a causar reações de hipersensibilidade se comparadas à vacinas que contenham somente vírus vivos modificados.
A resposta ao estímulo, assim como a intensidade da resposta, depende de um componente genético, pois algumas famílias, raças e indivíduos tendem a apresentar respostas alérgicas com maior frequência e maior intensidade.
No caso das vacinas em animais jovens, a produção de IgE (que vai causar a resposta anafilática) requer uma exposição prévia, seja de anticorpos maternos ou de uma primeira aplicação. Assim o mais comum é que a reação de hipersensibilidade ocorra na segunda aplicação da vacina, quando o filhote já esta sensibilizado.
Essa reação do IgE com os mastócitos (células presentes em vários tecidos do corpo) liberam uma grande quantidade de histamina e outros potentes agentes biologicamente ativos que causam alterações de permeabilidade vascular e edema nos vasos sanguíneos, resultam em broncoconstricção nas vias aéreas e resultam em hipermotilidade, vômito e diarreias nos intestinos.
A gravidade da reação depende de vários fatores, como número e localização dos mastócitos, do grau de sensibilidade do indivíduo, da quantidade do antígeno causador da reação e da via de inoculação (intravenoso, subcutânea, inalação ou ingestão).
As duas formas clínicas mais comuns na clínica de pequenos animais são urticária com manifestação gastrointestinal em cães e alteração respiratória em gatos.
A urticária é causada pela degranulação dos mastócitos localizados na pele que, ao liberar a histamina, causa uma irritação local que vai se manisfestar através da coceira. Os sinais de anafilaxia aguda pode ter várias apresentação de acordo com a espécie.
Nos cães, os órgãos de choque são o figado e intestino, apresentando inicialmente sinais de agitação, coceira da face seguido por salivação, vômito, defecação e micção. O quadro pode evoluir desfavoravelmente com fraqueza muscular, depressão respiratória, alterações circulatórias com hipotensão, convulsões e morte.
Já nos felinos, o órgão de choque é o pulmão. O quadro se inicia com prurido intenso na cabeça, seguido de alteração do padrão respiratório causada pela hipotensão que leva a edema pulmonar e broncoconstrição nesse orgão. Depois pode apresentar salivação, vômito, ataxia, colapso e morte.
Como essas reações de hipersensibilidade não têm um padrão de sinais clínicos e de intensidade, devem sempre ser consideradas emergência veterinária e medicadas o quanto antes para a interrupção da cascata de acontecimentos, melhoria do prognóstico e chances de recuperação do animal.
Quanto tempo depois do animal ser picado temos para começar algum tratamento antes que venha ocorrer algo de mais grave com o animal?
Depende do tipo de reação apresentada. O animal pode ter somente uma reação local sem repercussão sistêmica, pode ter uma reação anafilactóide com prurido (coceira) generalizado e outros animais podem ter reação anafilática com prurido, vômito e diarreia seguido de colapso e morte. Essas duas reações mais graves podem ocorrer de 5 minutos a 6 horas após a picada e quanto antes ser tratado, menor o risco de complicação do quadro. A intensidade da reação depende do antígeno inoculado, do tamanho do cão e da sensibilidade individual do cão.
Tenho uma gatinha SRD de 4 anos. Anualmente a levo para tomar a quádrupla e a raiva e ela nunca teve problemas. Há 1 semana atrás a levei pra vacinar. Ela não teve febre, nem diarréia, nem vômito. Mas uns 2 dias depois parou de comer, fica pelos cantos, se isola, agora parou de beber água. Troquei a ração (premier light pela obesity da royal pois ela tá com 7 k e 200 e pra ver se ela comeria a nova ração) e ela come pouquíssimo, as vezes dou na boca, um por um. Comida mesmo ela até quer mas rações, não. Antes ela subia na pia para beber água, agora parou de fazer isso. Ela sempre foi quietinha mas tá estranha demais desde que tomou essas vacinas. Fica com o olhar distante, parado, não vem mais à mim pedir carinho, não sobe mais na cama pra “mamar” minha roupa (hábito que teve até então), enfim, só fica deitada no sofá o dia todinho ou dentro do guarda roupa. Um comportamento triste, estranho. Não sei mais o que fazer, tô angustiada. Me dêem uma luz, por favor? Desde já, obrigada.