Home / GATOS / Comportamento Gatos / Qual é a alimentação indicada para os gatos?

Muito se discute a respeito da correta alimentação para os gatos. Em um passado recente, eles se alimentavam de restos de comida e principalmente da caça, quando a vida na cidade com casas e mesmo no campo permitia a caça de pequenas aves, ratos, pequenos roedores e mesmo insetos e lagartixas. De uns 20 anos para cá, com a urbanização e vida reclusa em apartamentos, a caça se tornou praticamente impossível e o gato preso dentro de casa passou a se alimentar estritamente com ração.

Por coincidência ou não, vimos o gato apresentar uma maior incidência de doenças de idosos e nutricionanis como doença do trato urinário inferior, doenças renais, câncer entre outras. Não podemos dizer que isso se deva exclusivamente a mudança dos hábitos alimentares, pois no gato recluso, vivendo mais e sendo observado de perto, ficou mais fácil identificar essas doenças.

De qualquer forma, impusemos um modo de vida aos nossos gatos, privando-os de escolher a sua dieta e assim, a oferta de ração passou a ser não somente a opção mais próxima da sua alimentação, como a mais prática.

Hoje a recomendação é que o gato receba ração de felinos, de acordo com a idade e com a recomendação do médico veterinário. Uma ração de boa qualidade tem formulação para atender as principais necessidades dos gatos domésticos. Cabe ao dono ofertar o alimento várias vezes ao dia e controlar o peso do gato.

Gatos não domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia, e geralmente são magros e vivem menos não só pela alimentação, às vezes deficiente, mas por estar mais exposto a riscos de doenças, envenenamentos e acidentes.

Biologicamente, os gatos são classificados como animais carnívoros, tendo o seu sistema digestivo, dos dentes ao intestino grosso, passando pelas glândulas salivares, estômago, glândulas endócrinas digestivas e intestino delgado orientados para a eficiência no processamento de carne com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de grãos e vegetais.

Os gatos não produzem a sua própria taurina, um aminoácido essencial para os felinos. Como essa substância está presente somente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentes e aparelho digestivo especializado para processamento de carne.

O intestino mais curto ao longo da evolução se especializou no processamento e digestão de proteínas e gorduras de origem animal, limitando seriamente a capacidade dos gatos de digerir, metabolizar e absorver alimentos e nutrientes de origem vegetal.

taurina é rara em plantas e abundante nos tecidos animais (carnes), sendo um aminoácido de grande importância para a saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar cegueira irreversível nos felinos.

Apesar disso, quem já não viu o seu gato mordiscando plantas e capim como se estivessem em um banquete? Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar principalmente quando há presença de bolas de pelo ou mesmo de desconforto gástrico e/ou intestinal.

Outra teoria sugere que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Assim é preciso muita atenção e cuidado aos donos dos gatos porque algumas plantas domésticas e ornamentais, presente nas nossas casas e vasos podem ser venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de lírios, comigo ninguém pode, azaleias, cicas, entre outras podem causar danos ao gato ou mesmo ser fatal se ingerida em grande quantidade.

A maioria dos gatos adoram uma erva popularmente conhecida como erva-dos-gatos, ou catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores.

Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum, quando passam a correr risco de desenvolver doença hepática conhecida como lipidose hepática.

O meio de oferta de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática se aproxima da vida selvagem do gato que comia várias vezes ao dia pequenas caças, mas hoje em dia com acesso fácil de uma dieta altamente calórica para um animal sedentário e normalmente castrado pode levar facilmente ao sobrepeso, um dos grandes problemas enfrentados pelos gatos domésticos.

Hoje existem no mercado várias opções de rações para gatos, nas diferentes fases de vida (filhote, adulto e idoso) e o seu Médico Veterinário é quem vai indicar o alimento adequado, a forma de alimentá-los e o volume a ser oferecido.

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