Home / CÃES / Cuidando do seu bichinho / Jardins e vasos ornamentais escondem perigos tentadores para cães e gatos

Plantas, adubos, defensivos agrícolas, insetos e animais peçonhentos encontrados nesses ambientes causam intoxicações e alergias que podem levar os animais de companhia à morte

Diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care, o médico veterinário Marcelo Quinzani, explica que normalmente quase todos os filhotes e alguns cães e gatos adultos têm uma grande curiosidade por tudo aquilo que pode ser encontrado nesses ambientes. Os animais experimentam as sensações com a boca, apreendendo e mordendo tudo o que vêem pela frente, principalmente os filhotes. Não é raro o animal lamber, mastigar e engolir aquilo que lhe despertou curiosidade, por isso é importante estar atento aos principais acidentes que acontecem nos jardins.

Adubos, produtos utilizados no controle de pragas e até algumas mesmo plantas podem oferecer risco  de intoxicação aos animais quando ocorre a ingestão, os sintomas e as conseqüências desses acidentes variam em cada um dos casos conforme explica o especialista, que faz, antes de tudo, uma recomendação geral. No caso de intoxicação, procure imediatamente o seu médico veterinário já identificando o produto tóxico envolvido.

Intoxicação ao alcance dos focinhos
 

Usada freqüentemente nas adubações orgânicas de vasos e jardins, a mistura conhecida como “torta de mamona” é altamente tóxica se ingerida, pois além dos componentes tóxicos da mamona, possuem também boas concentrações de elementos tóxicos como cádmio e chumbo na sua preparação. Como sempre vem associada à farinha de ossos, torna-se extremamente atraente, principalmente aos cães. A ingestão causa vômitos, cólicas abdominais severas, diarréia sanguinolenta, choque, coma e óbito na maioria dos casos, dependendo da quantidade ingerida.

Já os adubos industrializados, por sua vez, não são tão atraentes aos animais como a torta de mamona, pois geralmente têm cheiro forte que espanta os animais. Mesmo assim, a ingestão pode acontecer de forma acidental misturada nas plantas ou grama e diluída na água que se acumula nos vasos e em seus pratos. Os sintomas dependem do tipo de adubo usado, da concentração e do volume ingerido pelo animal, mas podem ocorrer desde náuseas, vômitos, cólicas até urticária no focinho, língua, lábios e irritações das mucosas da boca, esôfago e estômago.

Usado no controle de pragas que atacam os jardins, inseticidas, fungicidas e herbicidas também podem oferecer risco aos animais domésticos. Em muitos casos existem antídotos para a ingestão acidental destes produtos, por isso é extremamente importante que o proprietário de animais conheça os produtos eventualmente usados no seu jardim, guardando a embalagem e a bula. Quando houver necessidade de uso, os animais devem ser afastados da área e mantidos longe dela por um período que pode variar de horas ou dias, dependendo do produto usado.

Os inseticidas encontrados no mercado são formulados normalmente à base de clorofosforados, fosforados e carbamatos. Já os fungicidas são compostos por ditiocarbamatos, sulfurados, mercuriais, nitrobenzênicos e, por sua vez, os herbicidas podem ser inorgânicos, orgânicos e uréias, e podem conter compostos amônicos, fenóis, fenoxiácidos. Todos esses componentes são tóxicos e sua ingestão causa sintomas variáveis de intoxicação dependendo do princípio ativo e da quantidade ingerida. Vão desde urticária, náuseas, vômitos, diarréia, cólicas, pupilas diminuídas, contrações e fasciculações musculares até arritmias, dispnéia ou dificuldade respiratória, podendo levar ao coma e óbito se não medicados a tempo.

Algumas das plantas ornamentais que temos em nossos vasos e jardins podem ser tóxicas, pois apresentam princípios ativos capazes de causarem grave envenenamento quando ingeridas ou tocadas. Geralmente esse acidente .acontece .por que a maioria das pessoas desconhece o potencial tóxico da espécie vegetal que colocamos à disposição dos animais de estimação e até mesmo das crianças. Então, antes de formar um jardim ou introduzir uma nova planta em casa, verifique sempre o seu possível potencial tóxico.

Plantas extremamente difundidas nos nossos jardins e conhecidas pela grande maioria das pessoas têm potencial tóxico se ingeridas ou tocadas e causam os mais diferentes sintomas, podendo levar o animal até a morte. Entre elas estão: a azálea, antúrio, bico de papagaio, calandium ou tinhorão, ciclâmen, comigo-ninguém-pode, coroa-de-Cristo, costela-de-Adão, cheflera, crisântemo, dracena, espirradeira, filodendro, hera, hortênsia, kalanchoe, lírio, beladona, trombeta de anjo, mandioca brava, orelha de elefante, mamona, copo de leite, espada de São Jorge, avelós, entre outras.

O primeiro passo depois da suspeita de contato ou ingestão é encontrar a planta que intoxicou o animal. Procure nos jardins ou nos vasos por plantas com galhos quebrados ou mastigados, separe uma parte identificável da planta e procure imediatamente um médico veterinário para que avalie o seu animal e inicie o tratamento sintomático e, em alguns casos, direcionados ao princípio ativo tóxico da planta. O princípio ativo tóxico pode concentrar-se nas folhas, nas flores, frutos e no látex (seiva branca que escorre das plantas quando machucadas) e em alguns casos também nas suas raízes. Os sintomas são muito variáveis e vai depender da espécie de planta envolvida. Na maioria dos casos causa irritação das mucosas, náuseas, vômitos, diarréia, taquicardia, dilatação das pupilas agitação, hipertermia, cólicas abdominais entre outros.

Inimigos ocultos
 
Aranhas, abelhas, sapos, rãs, formigas, algumas lagartas e mesmo cobras e escorpiões podem usar o jardim ou vasos como abrigo e, se o animal de estimação tiver contato com eles, acidentes podem ocorrer. Neste caso, deve-se identificar o possível causador do acidente e levar o seu animal de estimação imediatamente ao médico veterinário. Podem ocorrer desde uma simples alergia provocada pela picada de abelha até a morte do animal pelo contato com substâncias extremamente tóxicas como as de cobras e escorpiões.

Os sintomas são muito variáveis na dependência do animal peçonhento envolvido, sendo observados desde dor local, sangramento local, edema, choque anafilático, edema de mucosas, salivação, vômito, diarréia e sintomas neurológicos que podem levar o animal à morte.

Dicas para prevenir acidentes
 
– Procure identificar as plantas com potenciais tóxicos e eliminá-las ou colocá-las fora do alcance dos animais.
– Tome cuidados ao podar as plantas que eliminam látex e evite deixar os galhos em local onde o animal tenha acesso.
– Deixe sempre água a vontade para o seu animal, pois, se ele tiver privação de água, pode procurá-la nos jardins e nos vasos ou mesmo comer plantar na procura de água.
– Em caso de acidente, guarde a planta para identificação e procure o seu médico veterinário.
– Evite o uso de inseticidas e adubos no seu jardim. Quando isso não for possível, mantenha o seu animal de estimação longe do produto usado, de acordo com a orientação da bula.
– Mantenha o seu jardim limpo, evitando que seja abrigo de animais peçonhentos.
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