Não é raro atendermos em nosso serviço de emergência animais intoxicados, um dos casos mais frequentes é a intoxicação por chumbinho.
A organização Mundial de Saúde estima que ocorram cerca de três milhões de envenenamentos humanos por pesticidas por ano, em todo o mundo, e cerca de mais de 220.000 mortes. Estes envenenamentos têm se tornado um dos maiores problemas de saúde pública nos países em desenvolvimento. Este número não é conhecido em medicina veterinária.
O Chumbinho é um agrotóxico muitas vezes vendido ilegalmente para controle de infestações por ratos (ele não foi desenvolvido para este propósito). Geralmente é proveniente de lotes desviados de lavouras ou de cargas roubadas.
É vendido de forma ilegal em algumas casas agropecuárias em frascos que nem mesmo têm rótulos.
Embora a intoxicação criminosa seja de grande incidência, a intoxicação acidental, em casa, quando utilizado de forma incorreta é bastante comum. Desta forma, grande parte dos acidentes e mortes poderia ser evitada.
O “chumbinho” tem este nome devido sua aparência, é um granulado cinza.
Ele age em sistema nervoso, aumentando a produção de secreções, levando a dificuldade respiratória, diarreia, vômitos, salivação, tremores musculares, contração da pupila, bradicardia, broncoespasmo (fechamento de vias aéreas), convulsões, alteração de estado mental, depressão respiratória e morte.
Não se deve tentar forçar a ingestão de leite, água, sabão, ou induzir o vômito, como o tempo entre a ingestão e início dos sintomas de intoxicação é curto, deve-se procurar por atendimento veterinário o mais rápido possível.
O tratamento deve ser rápido e pode incluir lavagem gástrica, medicamentos que impeçam a ação da toxina, soro, medicações que aumentem a excreção da toxina além de tratamento de sintomas específicos como convulsões. Muitas vezes a internação pode ser necessária para tratamento intensivo.