A doença renal policística, também conhecida como PKD (Polycystic Kidney Disease), ocorre com o desenvolvimento de múltiplos cistos que substituem o tecido renal funcional em ambos os rins, causando doença renal crônica.
A doença é hereditária autossômica dominante, não ligada ao sexo (afeta igualmente machos e fêmeas) e é muito comum em gatos da raça Persa, Exótico e seus mestiços, mas pode ocorrer em outras raças também. Todo animal que apresenta o gene anormal para a doença renal policística terá a doença. Apenas um dos pais precisa ser afetado para que o filhote também tenha rins policísticos. Se o animal receber dois genes anormais (um do pai e outro da mãe), normalmente morre antes do nascimento por doença renal grave.
Os cistos estão presentes desde o nascimento do gato, mas são muito pequenos e crescem gradativamente. Os rins ficam aumentados pelos cistos e, com a evolução da enfermidade, podem ser vistos sinais de doença renal crônica. Como o crescimento dos cistos é lento, a doença pode evoluir por anos sem o proprietário perceber nenhuma alteração.
Com o desenvolvimento da doença renal crônica, o felino pode tomar mais água do que o normal, a urina pode ficar mais clara e com volume maior, o animal pode perder peso, parar de comer, ter vômito, diarreia e ter até hipertensão, anemia e infecção de trato urinário ou dos cistos.
O diagnóstico é realizado com ultrassonografia abdominal e tem sensibilidade de 98% em animais com mais de 10 meses de idade. Existe a possibilidade de se fazer um teste para identificar o gene anormal com sangue, swab oral ou pelos. Esse exame de PCR para PKD pode ser feito no Hospital Veterinário Pet Care.
Assim, quando comprar ou adquirir um filhote, pode-se fazer o exame antes e saber se o gato tem chances de desenvolver a doença. A vantagem deste exame é que ele pode ser feito em qualquer idade, mas identifica o gene específico para PKD (o gato pode ter outras doenças císticas não ligadas a este gene específico).
Não existe um tratamento definitivo para os cistos, apenas controle quando o animal já apresentar sinais de doença renal crônica. Os animais acometidos não podem reproduzir, esta é a única maneira de evitar que a doença seja transmitida. O prognóstico é variado, depende da evolução dos cistos (número e crescimento) e da doença renal crônica.