Certamente você já ouviu falar na doença renal em gatos. Ela é chamada de doença renal crônica ou DRC. Infelizmente, boa parte dos felinos a desenvolve durante a vida, mas saiba que, com os check-ups anuais, é possível detectá-la no início e retardar sua progressão.
Então, vamos aprender sobre a DRC?
Primeiramente, entenda qual a função dos rins
Os rins têm muitas funções. Eles atuam principalmente na filtração do sangue, eliminando substâncias tóxicas. Também ajudam a controlar a pressão arterial, a hidratação e a produção de urina, produzem hormônios e regulam os níveis de certos eletrólitos como sódio e potássio.
O que é a doença renal crônica nos gatos?
Quando os rins apresentam alterações na sua forma ou nas suas funções por pelo menos 3 meses, dizemos que o pet é doente renal crônico. Essas alterações acontecem de forma gradual, progressiva e irreversível.
O que causa a doença renal em gatos?
A maior causa da doença renal em gatos se deve ao envelhecimento. Se hoje ouvimos falar tanto em “gatos renais”, muito se deve ao fato de a expectativa de vida deles ter aumentado.
No entanto, por uma predisposição genética ou racial, gatos jovens também podem ser doentes renais crônicos. As raças Abissínio e Persa têm o maior índice de doença renal juvenil.
A DRC também pode ser provocada pela ingestão de substâncias tóxicas, como o etilenoglicol, encontrado em produtos aditivos de automóveis, e remédios inapropriados, como a aspirina. Entre as plantas venenosas para gatos, destaca-se o lírio, que não pode ser ingerido e nem inalado.
Por último, a doença pode ser causada pela diminuição do fluxo sanguíneo nos rins, como no caso de desidratações graves e hemorragias, hipotensão, bem como por processos obstrutivos, como as pedras nos rins.
Quais são os sinais clínicos da doença renal em gatos?
No início da doença, muitos pets não apresentam sintomas, por isso é essencial que o gato faça o check-up anual. Quando os primeiros sinais aparecem, normalmente 75% da função renal já está comprometida.
Entre os sinais apresentados da doença renal em gatos, eles costumam perder peso. Para compensar a função dos rins, passam a beber mais água e, consequentemente, urinar mais. Conforme a doença avança, outros sinais podem ser observados, como desidratação, falta de apetite ou apetite seletivo e vômitos, entre outros.
Como diagnosticar a doença renal em gatos?
O veterinário deve solicitar alguns exames para diagnosticar ou não que seu gato é doente renal. Exames de sangue, como ureia, creatinina e SDMA, de urina, mensuração da pressão arterial sistêmica e ultrassom abdominal são essenciais.
Uma dica é observar a quantidade de xixi que o gato faz. Às vezes é difícil de notar, porque os gatos bebem pouca água, mas você pode observar se a caixa de areia está ficando suja com mais frequência.
Tratamento da doença renal crônica em gatos
O tratamento é baseado na correção das funções renais que estão sendo perdidas. Normalmente são feitos ajustes na dieta e a hidratação precisa ser monitorada. Alguns gatos fazem uso de medicações e suplementos, mas o tratamento da doença renal crônica deve ser individualizado, ou seja, pensado para cada caso.
Como cuidar de um gato com doença renal? É possível prevenir a doença renal crônica?
Ainda não se sabe como prevenir a DRC. O que sabemos é como prevenir a desidratação com alguns cuidados.
Você deve facilitar o acesso do seu gato à água e fornecer uma alimentação de boa qualidade, se possível incluir alimento úmido no cardápio. A vantagem dos sachês é que, ao se alimentar, o gato acaba ingerindo mais água.
Em casas com muitos gatos é preciso ter atenção redobrada. Como os felinos são territoriais, acontece com frequência de os gatos mais submissos não chegarem ao pote de água ou não beberem com tranquilidade. Por isso, vale a pena observar o comportamento do grupo e espalhar vasilhas e fontes de água corrente pela casa. Garanta que todos os seus gatos encontrem água e consigam se hidratar sem estresse.
A quantidade ideal de vasilhas de água em casa é igual à quantidade de gatos +1 — isso também funciona para as caixas de areia. Os potes devem ser grandes, de maneira que os gatos não encostem os bigodes nas bordas, pois os bigodes são pontos extremamente sensíveis para eles.
Não se esqueça de levar seu gato anualmente ao veterinário. Ao detectar a doença renal crônica no início, você poderá dar mais qualidade e aumentar sua expectativa de vida.
Leia mais: Cuidados com o gato com diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC)
Como estimular o gato a beber água?
Algumas pessoas colocam pedras de gelo dentro do pote de água. Os gatos gostam, inclusive, de brincar com as pedrinhas.
Outra forma de incentivar seu gato é instalar fontes de água corrente pela casa. Não é à toa que eles pedem para beber água na torneira ou lambem o ralo do box depois que você sai do banho, eles adoram água corrente.
Lembre-se também de sempre trocar a água do seu gato, ela precisa estar fresquinha.
Qual a diferença entre doença renal crônica e aguda?
Um gato é doente renal crônico quando apresenta lesão renal (estrutural e/ou funcional) por um período mínimo de três meses, e que o quadro é progressivo e irreversível. No caso da injúria renal aguda, temos uma rápida deterioração da função renal. Em alguns casos, é possível tirar o paciente da crise para que ele volte a ter uma vida normal, mas é importante que o diagnóstico seja precoce.
Expectativa de vida da DRC: quanto tempo um gato com problema renal vive?
Infelizmente, a doença renal é irreversível. No entanto, com um controle adequado, é possível retardar a progressão da doença. Seu gato pode viver muitos anos e com qualidade de vida se a DRC for diagnosticada precocemente.
Agora que você já sabe que a doença renal em gatos pode ser silenciosa por bastante tempo, não deixe de levar seu filho de quatro patas para os check-ups veterinários anuais. Quanto antes você puder ajudar seu gatinho, mais tempo vocês terão juntos.
Fontes:
Serviço de Nefrologia da Pet Care
VCA Hospitals