Assim como nós, cães e gatos também podem desenvolver câncer ao longo da vida. Essa doença tão temida acontece quando uma célula, de qualquer parte do corpo, apresenta anomalias e começa a se reproduzir descontroladamente, podendo se espalhar e invadir outros tecidos. Neste texto, vamos falar um pouco sobre os tipos comuns de câncer em animais.
7 tipos de câncer em animais
A seguir, você confere mais informações sobre alguns tipos de câncer em animais, sendo eles:
- câncer de pele;
- câncer de mama;
- linfomas;
- melanoma;
- osteossarcoma;
- hemangiossarcoma;
- fibrossarcoma.
Câncer de pele
Nos cães, um tipo de câncer chamado mastocitoma pode ocorrer em diferentes partes do corpo, sendo mais comum na pele. Normalmente, ele se apresenta como nódulo, mas inchaços e feridas de diferentes tamanhos, formas e cores também podem ser característicos da doença.
Da mesma forma, o mastocitoma pode aparecer como um único tumor ou como lesões múltiplas. Por isso, é importante estar atento a qualquer alteração na pele do seu pet e procurar atendimento veterinário assim que possível.
Nos gatos, o câncer de pele mais comum é o carcinoma espinocelular, que está associado à exposição solar.
Todos os pets estão sujeitos a esse tipo de câncer, mas os gatos brancos e os pets com pele pouco pigmentada, como o pitbull, precisam de uma atenção maior nas regiões do corpo onde a pelagem é mais escassa. Nos gatos, o câncer é mais comum na região das orelhas, olhos e nariz, enquanto nos cães, a barriga é a região mais acometida.
Em ambos os casos, a remoção cirúrgica é recomendada sempre que possível, a fim de evitar complicações futuras. Tratamentos complementares, como quimioterapia, eletroquimioterapia e radioterapia, também podem ser indicados.
Assim como nós precisamos evitar tomar sol nas horas mais quentes do dia e fazer uso de protetor solar, o mesmo é recomendado aos pets. Converse com o veterinário sobre todas as orientações necessárias de como prevenir o câncer de pele em cães e gatos.
Câncer de mama
O câncer de mama em cães e gatos também está entre os tipos de câncer em animais mais comuns. Cadelas e gatinhas não castradas ou castradas tardiamente têm mais chances de desenvolver esse tipo de câncer, embora outros fatores como predisposição genética e o uso de hormônios possam favorecer o surgimento da doença.
Segundo o médico-veterinário Alex Lafarti de Sena, que atende no Pet Care, a castração precoce é a melhor forma de prevenir o câncer de mama. A ideia é que as fêmeas sejam castradas antes do desenvolvimento de suas mamas, evitando a formação dos tumores.
É importante ressaltar que, apesar de precoce, atualmente a castração é indicada somente após o primeiro cio, permitindo que as fêmeas tenham um desenvolvimento ósseo completo. Em machos, apesar de ser raro, o câncer de mama também pode acontecer por fatores hormonais.
O tratamento do tumor de mama consiste na retirada de parte da cadeia mamária ou de sua totalidade. A extensão da cirurgia vai depender da localização, do tamanho do tumor e se há úlceras ou processos inflamatórios associados.
No caso das gatas, como mais de 90% dos tumores são malignos, normalmente é feita a retirada de toda a cadeia mamária. Quimioterapia ou radioterapia podem ser recomendados para garantir a eficácia do tratamento, evitar o aparecimento de tumores futuros ou em casos em que o tumor não seja operável.
Como mencionado, a castração é muito importante não só para o controle reprodutivo, mas também para evitar uma série de doenças, incluindo o câncer de mama. Estudos comprovam que as fêmeas castradas antes do segundo cio têm apenas 8% de chance de desenvolver câncer de mama no futuro. Antes do primeiro cio, essa taxa cai para menos de 1%.
Linfomas
Os linfomas afetam os linfonodos e sistema linfático.
Nos cães, a maior parte dos linfomas é multicêntrico, ou seja, afeta os linfonodos de todo o corpo. Durante a consulta veterinária, é possível observar o aumento dos linfonodos. Outros sintomas são emagrecimento e letargia.
Entre as raças predispostas ao linfoma estão Chow Chow, Basset Hound, West Highland White, Yorkshire, Golden Retriever, Pastor Alemão, Beagle, Rottweiler, Poodle, São Bernardo, Bull Terrier e Bulldog inglês.
Nos gatos, o linfoma intestinal é o mais comum, especialmente entre 9 e 13 anos de idade, sendo responsável por 50 a 70% dos linfomas. Normalmente, eles apresentam perda de peso, vômitos e diarreia.
Em cães e gatos, os linfomas costumam ser tratados com quimioterapia. Felizmente, os pets toleram bem o tratamento e, em 70% dos casos, não apresentam efeitos colaterais. Quando têm vômitos e diarreia, as medicações ajudam a controlar o mal estar.
Assim como o linfoma, outros tipos de câncer em animais e doenças também são silenciosos. Por isso, além de ficar atento a qualquer alteração de saúde ou de comportamento, é muito importante que você leve seu pet para um check-up veterinário completo anualmente, especialmente a partir dos 7 anos de idade.
Melanoma
O melanoma é um câncer relativamente comum nos cães, especialmente naqueles com bastante pigmentação na pele. Já nos gatos, é mais raro. Ele é um tumor dos melanócitos, células que produzem o pigmento melanina, e essas células estão localizadas em diversas regiões do corpo, principalmente na pele, mas também na cavidade oral, no meio dos dedos, na base da unha, nos coxins (almofadas das patas), olhos, junções muco cutâneas (como exemplo os lábio, vulva, pálpebras) e trato gastrointestinal. É o tumor maligno, e mais frequentemente encontrado na cavidade oral de cães.
O melanoma trata-se de uma lesão geralmente pigmentada (escura), podendo apresentar diversas formas, nódulos, tumorações, placas, máculas e lesões ulceradas, possui crescimento rápido, difuso e invasivo na dependência de sua localização. As lesões mais agressivas com pior prognóstico são as localizadas na cavidade oral e nos dígitos (região dos dedos). O melanocitoma, uma lesão melanocítica benigna, pode ter a mesma aparência que um melanoma. O exame citológico e/ou a biópsia (histopatológico) ajudam no diagnóstico e diferenciação.
Os melanomas de cavidade oral e dígito têm alto potencial metastático. Por ter alta taxa de multiplicação celular, em poucos meses as metástases são formadas, geralmente em linfonodos (gânglios) e pulmão. Estudos demonstram que 70% dos cães no ato do diagnóstico de melanoma de cavidade oral têm o linfonodo regional acometido, mas que, em apenas 30% desses, os linfonodos acometidos estavam aumentados de tamanho, por isso a importância do estadiamento com a avaliação e orientação de um oncologista veterinário.
Osteossarcoma
O osteossarcoma é um tumor maligno nos ossos, originado da produção anormal de células que compõem os ossos. Afeta em geral os ossos longos nas patas dianteiras e traseiras, mas também pode ocorrer na mandíbula, quadril, pelve e até em tecidos não ósseos, como as glândulas mamárias, baço, fígado e rins. A causa é diversa, envolvendo fatores ambientais e genéticos.
As raças de cães de porte grande são as mais suscetíveis, como Dogue Alemão,Rottweiler, Doberman, Golden Retriever, Labrador, Fila Brasileiro e Pastor Alemão.
Os sintomas incluem dor, claudicação, inchaço do membro, letargia, perda de apetite e relutância em caminhar ou brincar. Os locais mais comuns para esses tumores são o rádio/ulna (patas dianteiras), tíbia/fíbula (patas traseiras), dígitos, fêmur e quadril. O diagnóstico geralmente envolve raios-X seguido de aspiração por agulha fina ou biópsia óssea para um diagnóstico definitivo.
O osteossarcoma é agressivamente metastático, com 90-95% dos cães apresentando micrometástase no diagnóstico. O estágio para verificar a propagação para outras partes do corpo é crucial e pode incluir exames de sangue, urinálise, raios-X pulmonares e possivelmente ultrassom abdominal e tomografia.
Hemangiossarcoma
Tumores vasculares viscerais, que acometem geralmente cães e gatos, são aqueles que se desenvolvem a partir dos vasos sanguíneos dos órgãos internos, como coração, fígado e baço.
Existem dois tipos:
- hemangiomas benignos, semelhantes a bolhas de sangue;
- hemangiossarcomas malignos, que podem se espalhar para outras partes do corpo.
A causa é ampla, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Algumas raças de cães são mais suscetíveis, como Pastor Alemão, Labrador, Golden Retriever etc.
Os sintomas variam de acordo com a localização do tumor, mas podem incluir movimentos lentos, fraqueza e quedas bruscas, especialmente se o tumor romper, levando a hemorragia interna.
O diagnóstico é geralmente feito por ultrassom, com cirurgia, e possivelmente quimioterapia como opções de tratamento. Após o diagnóstico, o tratamento rápido é crucial e certos medicamentos que aumentam o risco de sangramento devem ser evitados.
A incidência de hemangiossarcoma em cães é relativamente comum, principalmente em Pastor Alemão, Labrador e Golden Retriever. Já em gatos, são raros os casos.
Fibrossarcoma
Fibrossarcoma em cães é um tumor maligno originário de fibroblastos, células mais comuns do tecido conjuntivo, abaixo da pele. A evolução é mais lenta, exceto quando originam nos ossos das patas.
Raças de porte grande, como Setters Irlandeses e Dobermans estão em maior risco, principalmente em idade avançada. Em gatos, em locais onde as vacinas foram aplicadas.
Os sintomas incluem nódulos que podem ulcerar ou sangrar. O diagnóstico envolve exame físico e biópsia. O tratamento geralmente é cirúrgico, mas a remoção completa é desafiadora devido à natureza invasiva. Radioterapia e quimioterapia são menos comuns.
Fibrossarcomas orais surgem dos tecidos fibrosos da boca e são o terceiro tumor oral mais comum em cães, afetando especialmente Dobermans e Golden Retrievers. Os sintomas incluem inchaço e dor, e o tratamento padrão é a remoção cirúrgica, com a radioterapia proporcionando maior tempo de sobrevivência. No entanto, a recorrência é possível.
O diagnóstico precoce de qualquer câncer ou outra doença pode fazer toda a diferença no tratamento e na qualidade de vida do seu cão ou gato. Aqui, no Pet Care, temos um time de especialistas de alto nível e toda a estrutura que seu pet precisa. Estamos à disposição para te orientar e cuidar do seu cão ou gato com muito carinho.
Agende uma consulta veterinária conosco e cuide da saúde do seu animalzinho!
Fontes:
VCA Hospitals
Médico-veterinário Alex Lafarti de Sena, que atende no Pet Care