MANEJO DE DIETA
O beneficio da modificação da dieta no manejo da doença renal crônica em gatos tem sido bem documentada. A proteína, quando metabolizada, resulta em toxinas que os rins com alterações não conseguem excretar. A redução da quantidade de proteína na dieta vai diminuir a produção de uréia e creatinina, melhorando os sinais clínicos, como perda de peso, diminuição do apetite, vômito e letargia.Hoje encontramos dietas específicas no mercado para animais com doença renal crônica. Para saber qual é a dieta mais indicada, consulte sempre o Médico Veterinário.
CONTROLE DOS NÍVEIS DE POTÁSSIO NO SANGUE
A diminuição dos níveis de potássio no sangue é muito comum em felinos com doença renal crônica e, assim, muitas vezes o animal deve receber suplementação via oral. O animal com níveis baixos de potássio pode ter fraqueza muscular, ficando mais quieto e apático, podendo ter parada cardiorrespiratória até morrer.A suplementação de potássio pode ser feita em apresentações palatáveis especificas para gatos (líquido, pastas, óleos), aumentando a facilidade de administração em gatos.
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS E ÔMEGA 3
Gatos com doença renal perdem muitas vitaminas hidrossolúveis, devido a excessiva quantidade de urina produzida devido a falha renal. Assim sendo, gatos com doença renal crônica devem receber suplementação vitamínica diária.
As dietas específicas para gatos com doença renal crônica normalmente têm restrição de proteínas, de fósforo e sódio e, ultimamente, elas apresentam suplementação de omega 3, pois se descobriu que esses ácidos graxos apresentam uma ação protetora dos rins.
CONTROLANDO A EXCESSIVA PERDA PROTÉICA URINÁRIA
A perda de proteínas pela urina (proteinúria) é uma das características do gato com doença renal crônica, podendo inclusive ser detectada precocemente. O aumento da perda de proteínas indica uma progressão desfavorável da doença com comprometimento glomerular. A perda de proteína pode ser determinada pelo exame de relação proteína/creatina urinária.
Os inibidores da ECA são normalmente os medicamentos de escolha no tratamento de aumento da pressão glomerular, “protegendo” os rins.
RESTRIÇÃO DE FÓSFORO
Realizado pelo controle da ingestão através do manejo da dieta e do uso de medicamentos que impedem ou diminuem a absorção de fósforo no intestino, já que a lesão renal impede a excreção normal de fósforo.
FLUIDOTERAPIA
Apesar de existir recursos para aumentar a ingestão de água no dia a dia do gato (como, por exemplo, com rações úmidas ou adicionando água a comida), esse aporte de água somente não é suficiente em gatos com doença renal crônica. Assim sendo, a maioria desses gatos necessitam de fluidoterapia subcutânea.
Muitos gatos toleram bem esse procedimento e alguns clientes conseguem fazer isso adequadamente em casa. Essa fluidoterapia é feita, inicialmente, todo dia e depois pode ser feita em dias alternados ou em uma frequência menor, na dependência dos sinais clínicos do gato em casa.
Não existe um consenso do momento exato de quando a fluidoterapia subcutânea deve ser iniciada em um gato com DRC, mas, de acordo com a experiência clínica, os gatos são mais sensíveis às alterações de hidratação e têm uma melhora clínica mais evidente, principalmente em relação ao apetite e atividade quando recebem fluidoterapia subcutânea, sem uma relação clara com a melhora de níveis de ureia e creatinina, quando comparado com os cães.
CONTROLANDO A PRESSÃO ARTERIAL
O aumento da pressão arterial ocorre em aproximadamente 20% a 50% dos gatos com DRC que chegam em clínicas veterinárias. Na doença renal crônica, a pressão de perfusão nos glomérulos tende a estar aumentada. O aumento da pressão arterial sistêmica pode ser estendida ao glomérulo causando maiores danos aos mesmos. Se essa pressão aumentada não for controlada, a hipertensão sistêmica pode causar danos ao cérebro, aos olhos e ao coração.
A hipertensão arterial é o maior fator de risco para a progressão da doença renal crônica em humanos e ratos, e evidências tem sido mostradas que isso também é válido em cães, e presumivelmente verdadeiro em gatos.
Gatos com doença renal crônica devem ter a sua pressão arterial avaliada sempre que possível. A hipertensão em gatos é considerada quando a pressão sistólica é maior que 160 ou 170 mmHg e a diastólica maior que 100 mmHg. Se a hipertensão foi identificada, o tratamento para controle da pressão é indicado.
NÁUSEA, VÔMITO E PERDA DE APETITE
Com a falência renal, os níveis de gastrina tendem a aumentar, causando aumento da acidez gástrica e gastrite, tendo como consequência, náusea, vômito, perda de apetite e possivelmente úlceras gástricas que justificam o uso de tratamento apropriado.
ANEMIA
Com a falência renal, ocorre também uma diminuição na produção de eritropoetina, hormônio responsável pela estimulação da medula a produzir hemácias. Assim, é muito comum a anemia em gatos com DRC. Isso pode ser corrigido aplicando-se hormônio de acordo com a orientação do Médico Veterinário.