O uso de roupinha cirúrgica é extremamente importante para preservar a ferida cirúrgica, mantendo a seca e limpa. Além disso ajuda no controle das investidas do cão na tentativa de coçar ou mesmo lamber o local. A roupinha deve ser bem fechada e confortável, deixando o animal a vontade para andar e fazer as atividades normais do dia a dia.
Mesmo com a roupinha, o uso do colar protetor se faz necessário pois muitos animais conseguem laber as feridas cirúrgicas se tiver somente com a roupinha. As investidas se tornam mais intensas depois de 3 a 5 dias de cirurgia, pois nessa época os pêlos tosados começam a crescer, a cicatrização pode causar algum prurido e não tem mais dor local. Nesse período deve-se redobrar os cuidados evitando que o animal lamba a ferida e que muitas vezes arranque os pontos abrindo toda a sutura.
Deve-se partir da premissa que todo animal coçe a ferida e como eles coçam com a boca, todo cuidado é pouco.
Ficar com dó de colocar o capacete, pode fazer com que o animal tenha que ser suturado novamente ou na melhor das hipóteses tenha que ficar mais tempo até retirar os pontos devido a irritação e contaminação pelas lambidas insistentes.
Como a maioria dos pontos são retirados em 7 a 10 dias, devemos pensar que o “martírio” do capacete tem dias contados e que em breve eles estarão “livres” e saudáveis.
Aqui vão algumas das razões que talvez ajudem a esclarecer a suma importância do uso destes artefatos:
1 – Cães e gatos que foram operados e tem pontos de sutura, invarialvelmente se não cobrirmos a área com uma roupinha cirúrgica ou colocarmos colar protetor, eles vão lamber a ferida cirúrgica infectando-a, vão até mesmo arrancar os pontos com a boca e em caso de cirurgias abdominais podem até expor os orgãos internos.
2 – Animais que tem membros imobilizados por causa de fraturas, entorses ou cirurgia ortopédica, tem que usar colar protetor. Se eles lamberem o local da bandagem, a saliva escorrerá por dentro e causará uma infecção na pele que pode até comprometer o membro com a perda deste. O colar deve ser usado 100% do tempo até o momento da alta.
3 – Animais que tem úlcera de córnea tem que usar colar protetor até a completa recuperação do olho afetado, pois a úlcera de córnea é um processo doloroso e o animal fica coçando o olho nos cantos e nas paredes ou mesmo até com a pata, aumentando a úlcera e acaba perdendo a visão.
4 – Traumatismos de unha, dedos, granulomas de lambedura, trauma na cauda(rabo), micheiras(miiase) tem a cura acelerada se o animal não lamber a ferida. Logo, colar protetor é essencial.
5 – Alguns animais quando ficam internados e estão recebendo soro na veia e outras medicações, muitas vezes querem arrancar com a boca o acesso venoso (cateter) e nestes casos também é imprescindivel o uso de colar protetor. Neste caso nem todos fazem isto, mais ou meno 25% dos animais.
6 – Existem gatos muito bravos e as vezes cães também, que não queremos colocar mordaça. Nestes casos o colar protetor dificulta o animal de nos morder e é também uma maneira mais confortável de conte-los do que uma focinheira. Muitas vezes utilizamos este recurso.
7 – Outro caso em que usamos roupinhas é em femeas que tem que desmamar os filhotes e para impedir que eles tenham acesso a mama, colocamos roupinha
8 – Animais que vão fazer Holter (exame que monitora o coração), animais que estão comendo via tubo-gástrico também colocamos a roupinha para protejer o artefato.