A diabetes mellitus (DM) é uma das principais doenças hormonais observadas em cães e gatos e sua incidência tem crescido nos últimos 40 anos. Assim como nos humanos, trata-se de uma doença crônica em que há a ausência da ação da insulina e um consequente aumento dos níveis de glicose no sangue. A forma mais comum de diabetes em cães é a primária (semelhante à DM tipo 1 em humanos), deflagrada por fatores genéticos e ambientais que levam à destruição de células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Existem raças predispostas, tais como: labrador, golden retriever, dachshund, spitz, poodle e schnauzer. Em gatos, a mais comum é a DM secundária (semelhante à DM tipo 2 em humanos), geralmente associada a questões genéticas, obesidade, estilo de vida sedentário, estilo de dieta e comorbidades que predisponham ao DM. Acredita-se que, inicialmente, ocorra resistência à ação da insulina e posteriormente, o animal perca completamente a capacidade de produzi-la.
Os sintomas mais frequentes em um animal com diabetes são: aumento da ingestão de água e do volume de urina, alguns que anteriormente urinavam apenas nos passeios ao longo do dia, urinam em casa. Os tutores podem notar formigas na urina devido ao acúmulo de açúcar, ou urina mais pegajosa no chão. Há aumento do apetite, associado com ganho ou perda de peso conforme a fase da DM e caso não seja feito o tratamento adequado o animal pode entrar em emergência diabética (cetoacidose diabética), sendo um quadro mais grave em que há risco de morte. Outras doenças como hiperadrenocorticismo, catarata, pancreatite e infecções urinárias podem estar associadas ao quadro (tanto colaboram para incitar a DM como podem ser “facilitadas” pela presença dela).
Assim que a doença é detectada por exames de sangue e de urina, é indicado iniciar o tratamento quanto antes. O tratamento de escolha é o uso de insulina injetável, além do manejo nutricional, monitoramento da glicemia, da ingestão de água e do controle de peso. Alguns gatos que emagrecem de forma saudável durante o tratamento podem ter uma remissão da diabetes e suspender definitiva ou transitoriamente a insulina, já os cães serão sempre dependentes da insulina.
Caso seu animal apresente algum desses dos sintomas citados é importante agendar uma consulta com o médico veterinário para investigação diagnóstica e se ele for diabético necessitará de consultas periódicas com o endocrinologista para controle da doença.