Home / CÃES E GATOS / Intoxicação por Etilenoglicol

O etilenoglicol é um líquido anticongelante muito utilizado em fluídos automotivos (bateria, fluido de freio), aparelhos de ar condicionados, tintas, etc., nos países de clima frio (EUA, Europa, etc.).

Por se tratar de um líquido incolor, inodoro e com sabor adocicado, é facilmente ingerido por animais domésticos, o que ocasiona numa das principais causas de intoxicação nos EUA.

A intoxicação por etilenoglicol pode afetar o trato gastrointestinal, fígado, cérebro e rins. Uma vez ingerido, é rapidamente absorvido pelo estômago, metabolizado no fígado e seus metabólitos levam à deposição de um grande de cristais de oxalato de cálcio dos túbulos proximal e distal. E este depósito de oxalato de cálcio leva a uma necrose e obstrução tubular, ocasionando assim a IRA.

Os sinais clínicos podem ser divididos em 3 estágios que são:

  1. Inicia-se dentro de 30 minutos após a intoxicação e incluem letargia, hipo/anorexia, vômitos, incoordenação, poliúria, polidipsia, hipotermia;
  2. 12 a 24 horas após a intoxicação podemos ter uma estabilização do quadro, entretanto ocorre taquicardia, taquipneia e desidratação importante.
  3. 36 a 72 horas após a intoxicação observam-se sinais de disfunção renal grave com piora da azotemia e oligúria/anúria, além-depressão progressiva, convulsão e óbito.

Por se tratar de uma substância extremamente tóxica e com uma margem de segurança muito estreita (apenas 1/2 colher de chá por quilo de peso corporal pode ser fatal) é uma intoxicação gravíssima e de rápida evolução. Com isso, o diagnóstico e o tratamento precoce (em até 8 a 12 horas) são essenciais para uma evolução favorável.

O diagnóstico é confirmado com a dosagem sérica do etilenoglicol, o qual já pode ser detectado em 1 a 6 horas após a ingestão. Entretanto, por não se tratar de um exame facilmente encontrado, o diagnóstico por ser realizado através da associação da anamnese, com os achados clínicos e laboratoriais que são: azotemia e uma urina com alterações características – hipostenúria, proteinúria, cilindros e cristais de oxalato de cálcio (este último normalmente visualizado neste tipo de intoxicação).

OBS: podemos também utilizar a lâmpada de wood para examinar o focinho, as petas e a ruína, pois o etilenoglicol brilha em contato com a mesma.

O tratamento consiste em realizar todos o suporte necessário, associado com a administração de antídoto (fomepizole e etanol) em até 8 a 12 horas para maior eficácia e em alguns casos pode ser necessário a utilização de hemodiálise ou diálise peritoneal.

Os antídotos atuam no fígado competindo com o etilenoglicol, evitando assim a sua metabolização e consequentemente toda a repercussão renal.

Entretanto, estes podem causar efeitos colaterais como hipoglicemia, hipotermia e depressão respiratória.

O prognóstico e muito reservado a ruim, pois muitos animais evoluem fácil e rapidamente para uma falência renal (sendo nos EUA a segunda intoxicação com taxa de maior mortalidade). Nos casos de uma evolução favorável, existe uma grande chance do paciente se tornar um DRC devido a intensa lesão renal ocorrida.

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