Home / CÃES / Dieta vegetariana para cães e gatos: É possível? NÃO!

Muitas pessoas podem ter a ideia de estender o seu modo de vida aos cães ou gatos de estimação. Em outros casos, os donos são aconselhados a procurar uma alimentação mais saudável para os pets e acabam fornecendo uma dieta vegetariana a eles. Essa dieta tem algumas restrições aos cães e é proibida para os gatos.

Os cães e os gatos pertencem à classe Mammalia e à ordem carnívora, ou seja, tiram a sua fonte de energia de proteína e gorduras proveniente de tecido animal, ou melhor: da “carne”. Os cães pertencem à superfamília Canídea e os gatos à superfamília Felídea. A evolução dessas espécies está ligada à domesticação que pode ter se iniciado entre 15 a 20 mil anos atrás, quando esses animais passaram a comer dietas similares a de seus donos, o homem, pois dividiam a caça e muitas vezes comiam restos de alimentos dos acampamentos do homem pré-histórico.

Dessa forma, quantidades significativas de carboidratos (sementes, frutas e cereais) foram introduzidas em suas dietas, porém os carboidratos não são essenciais na dieta dos cães e muito menos na dieta dos gatos. Essa evolução e adaptação foram muito mais intensas nos cães que passaram a se denominar onívoros (carnívoros parciais) e não aconteceu com os gatos que ainda se denominam essencialmente carnívoros. Mesmo após milhares de anos de domesticação, seu sistema enzimático digestivo é perfeitamente adaptado para digerir carne e muito ineficiente na digestão de amidos.

A própria dentição dos gatos e cães, diferente da nossa, é adaptada para a caça e para triturar ossos e carnes com facilidade. Além disso, o sistema digestivo (intestinos) mais curto é adaptado à digestão de dietas ricas em proteínas. Cães e gatos na natureza costumavam se alimentar de pequenas caças, comendo os animais inteiros e muitas vezes já mortos em decomposição. Alimentavam-se de coelhos, ratos, aves e outras presas. Assim, podemos verificar que o consumo energético proveniente da caça é originado 43% da proteína, 55% da gordura e somente 2% dos carboidratos ingeridos.

Uma dieta rica em carboidratos leva a um aumento de consumo diário de alimento em comparação a uma dieta rica em proteína e gordura. O aumento do volume ingerido resulta em maior volume de fezes, aumenta a predisposição à torção gástrica nos cães, a uma menor palatabilidade e digestibilidade e aumenta a possibilidade de obesidade (devido ao aumento da produção de insulina, aumentando a deposição de gordura nas células).

Uma dieta estritamente vegetariana nesses animais levaria a uma deficiência de arginina, lisina, metionina, triptofano, taurina, ferro, cálcio, zinco, vitamina A e algumas vitaminas do complexo B.

Assim sendo, não recomendamos em hipótese alguma uma dieta vegetariana para os gatos e, para cães, poderia ser recomendada com diversas restrições. Para alguns cães com problemas de intolerância alimentar ou alérgicos, podemos substituir a fonte de proteína de origem animal (carnes) por outra de origem vegetal ou com níveis adequados de proteína de outra fonte como ovos ou leite, sempre sob orientação do Médico Veterinário.

A maior causa de adoção da dieta vegetariana para os cães e gatos acontece principalmente como uma filosofia de vida que os donos acabam estendendo aos seus Pets do que por indicação médica devido à intolerância alimentar e/ou alergia. Assim, muitas vezes os vegetarianos desejam estender o seu modo de vida e alimentação também para os seus animais, desconhecendo as restrições fisiológicas e reais necessidades deles.

Isso é mais um sinal da excessiva humanização que impomos aos nossos cães e gatos. Para aquelas pessoas ou famílias que não abrem mão da filosofia e modo de vida vegetariano, impondo-a a todos os moradores da casa, sugerimos que adotem coelhos, esquilos, chinchilas, peixes e pássaros que são fisiologicamente adaptados a essa dieta e não cães e gatos.

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