Vai viajar com seu pet? Saiba mais sobre a documentação exigida no Brasil e em outros locais do mundo
Viajar com seu cachorro ou gato para outro estado ou país requer, muitas vezes, meses de preparo. É preciso ponderar se realmente vale a pena levar o pet junto ou se é melhor que ele fique em casa ou em um hotel. Para isso, deve-se começar a pensar na documentação do pet.
Segundo o médico-veterinário Marcelo Quinzani, Gerente do Atendimento ao Cliente do Pet Care e Consultor de Viagem Internacional com Pets, o ideal é que os gatos não viajem, exceto caso seja por mudança.
No caso dos cães, deve-se levar em consideração o quanto eles são apegados à família, a duração da viagem e se vai ter gente para ficar com eles lá ou aqui. Se for para deixá-los em um hotel por dois meses, por exemplo, pode ser mais interessante do ponto de vista emocional e econômico levá-los junto.
Confira a documentação necessária para viagem com pet
Optando por viajar com seu animal de estimação, não esqueça de verificar o preparo e a documentação do pet.
Viagens Internacionais
Se a viagem for internacional, saiba que cada país tem suas regras. Para evitar dores de cabeça, o ideal é consultar um especialista, que vai te orientar e cuidar de toda a parte burocrática.
Se a viagem for para a Europa, cachorros e gatos precisam colocar microchip, em seguida serem vacinados contra raiva, esperarem 30 dias para fazer a coleta de sorologia de raiva para viagem, e mais 3 meses para poderem embarcar.
A sorologia comprova que o animal apresenta anticorpos e não tem raiva. Ao todo, esse processo leva 100 dias, se considerarmos que depois da quarentena ainda é preciso dar entrada no CVI (Certificado Veterinário Internacional), o documento mundial de trânsito dos animais.
Para entrar nos Estados Unidos, os cães precisam passar pelo mesmo processo. A diferença é que o tempo de quarentena é menor, de 45 dias, e é necessário garantir uma licença de importação (Import Permit) do órgão de controle e prevenção de doenças dos Estados Unidos (CDC) antes da emissão do CVI.
Esse processo todo leva em torno de 2 meses. Para os gatos é bem mais simples: eles precisam apenas da carteira de vacinação atualizada, de um atestado de saúde veterinário e do CVI.
Para entrar na Austrália, seu pet vai precisar passar 6 meses na Argentina ou no Chile antes, cumprindo todas as exigências do país. Isso porque a Austrália não aceita animais de lugares que não têm um controle eficaz da raiva, como infelizmente é o caso do Brasil.
Dr. Marcelo explica que “todo país que é uma ilha tem um controle muito rigoroso. Como eles não fazem fronteira com ninguém, a única maneira de as doenças chegarem é pelo ar”. Japão, Inglaterra e até mesmo o Havaí, que faz parte dos Estados Unidos, mas tem regras à parte, são bastante criteriosos.
No Japão, por exemplo, são exigidas duas doses da antirrábica, com intervalo de 30 dias, depois do microchip. Então, é feita a sorologia e 6 meses de quarentena. Se o animal não cumprir a quarentena aqui obrigatoriamente precisará fazer lá, com o tutor arcando todos os custos.
Na Inglaterra, uma curiosidade: os pets não podem chegar na cabine do avião. Não importa o tamanho, peso ou idade, eles só entram no país acomodado na parte de carga das aeronaves.
Na América do Sul, Argentina e Paraguai exigem apenas a vacina antirrábica. A Colômbia exige também a vacina polivalente para os cães e a tríplice felina para os gatos. E o Uruguai, além da antirrábica, solicita sorologia de Leishmaniose, pois essa é uma doença que não existe no país.
A única coisa em comum, exigida por todos os países do mundo, é que o animal esteja vacinado contra a raiva.
Viagens Nacionais
Não importa se a viagem é de avião ou ônibus, quem viaja com seu cachorro ou gato para outros estados precisa ter a documentação do pet em dia: carteirinha de vacinação com a antirrábica aplicada há pelo menos 30 dias, com validade de 1 ano, e um atestado de saúde carimbado por um médico-veterinário.
O atestado garante que o animal está saudável, sem nenhuma doença infectocontagiosa, e em condições de viajar. Ele é válido apenas para um trecho e por 10 dias. Ou seja, na volta será preciso passar o animal novamente em consulta para obter outro atestado de saúde.
De carro, não deixe de levar a carteirinha de vacinação do seu pet, ela pode ser exigida.
Cuidados com os pets
Independente do destino, cuidar da saúde e do bem-estar do seu cachorro ou gato é muito importante. Por isso, fique atento às exigências das companhias aéreas quanto à caixa de transporte. Além de resistente e segura, ela deve proporcionar conforto, forrada com tapetinho higiênico e grande o suficiente para que o pet possa se deitar e se virar dentro dela.
Muitos animais têm medo de caixas de transporte porque as associam às idas ao veterinário. A dica é ir acostumando o seu filho de 4 patas aos poucos.
Você pode deixar a caixa na sala, para servir de casinha, e colocar brinquedos e petiscos dentro. Feche a porta e fique ali por perto, para que ele se sinta seguro. Repita no dia seguinte, de novo e de novo, aumentando o período em que ele fica preso gradualmente.
Dr. Marcelo indica jejum para todo tipo de viagem. Alguns pets enjoam por causa do estresse ou com o balanço, e podem ter complicações ao vomitar e aspirar a comida.
Calmantes são indicados para cães e gatos que se estressam muito, mas a sedação pode ser perigosa. Jamais medique por conta, consulte um veterinário.
Se for para a praia ou locais quentes, cuidado com a hipertermia e a insolação. Protetor solar nas orelhas e nos focinhos dos cachorros claros, e hidratação! Se viajar de carro com seu pet, procure se deslocar nas horas mais frescas do dia e ligar o ar-condicionado.
Informe-se se o seu destino é uma região onde há casos de dirofilariose (verme do coração) e leishmaniose, transmitidas por mosquitos. Se a resposta for positiva, converse com seu veterinário antes da viagem sobre como prevenir as doenças. E se precisar, conte sempre com hospital veterinário 24 horas.
Viajar é uma delícia, mas não deixe para preparar a documentação do pet em cima da hora. Planejando com calma dá tudo certo!