Produzido em parceria com o Dr. Leandro Haroutune Hassesian Galati, médico veterinário dermatologista do Pet Care.
Coceira constante, vermelhidão e lesões: a dermatite em cachorro é uma doença que compromete a saúde e a qualidade de vida dos nossos pets.
Influenciada por diversos fatores, como alergia a alérgenos ambientais, alimentos, picadas de parasitas e com forte predisposição genética, essa condição exige atenção especial. Reconhecer os sinais precocemente é fundamental para buscar o tratamento ideal e aliviar o desconforto do seu melhor amigo.
Neste texto, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre a dermatite atópica: o que é, quais são as causas mais comuns, como identificar, os tratamentos disponíveis e dicas de prevenção para manter a pele do seu pet saudável e protegida.
Continue a leitura!
O que é a dermatite atópica canina?
A dermatite atópica é uma doença alergo-inflamatória da pele. A condição afeta a barreira cutânea, ou seja, implica em um mau funcionamento dos mecanismos de proteção naturais da pele, tornando-a mais sensível e vulnerável a infecções, à inflamação e predispõe o surgimento de quadros alérgicos.
Quais são as principais causas da dermatite atópica?
A dermatite atópica é uma síndrome, ou seja, tem vários fatores envolvidos em sua desenvolvimento, e este conjunto de fatores é muito individual para cada paciente.
Estes fatores incluem deficiências da barreira cutânea, hiper reatividade do sistema imune, alérgenos ambientais, alérgenos alimentares, fatores psicogênicos entre tantos outros e seus desdobramentos. Abaixo, explicamos as principais origens desse problema.
Barreira cutânea
Os cães com dermatite atópica enfrentam problemas em manter a barreira cutânea saudável, seja por deficiências primárias, que de modo geral são genéticas, sejam estas secundárias, ou seja, aquelas que acontecem com o desenrolar das crises e agravamento da doença.
Estas questões relacionadas à barreira cutânea implicam em inflamação e coceira, predispõe o surgimento de infecções oportunistas (fúngicas e bacterianas), facilidade em desenvolver quadros de dermatite de contato, secura excessiva ou seborreia.
Alérgenos ambientais
À semelhança dos quadros respiratórios, os cães com dermatite atópica podem se sensibilizar a alérgenos ambientais, tais como ácaros da poeira doméstica, ácaros de estocagem de alimentos, polens e fungos anemófilos.
Alergias alimentares
Os alérgenos alimentares também podem contribuir para o surgimento de crises. Esse tipo de reação ocorre quando o organismo do cão identifica determinadas proteínas presentes nos alimentos como uma ameaça.
Como explica o Dr. Leandro Haroutune Hassesian Galati, médico veterinário dermatologista do Pet Care:
“A ciência não sabe exatamente por que isso acontece, mas sabemos que existe uma conexão com a dermatite atópica. Existe uma predisposição destes pacientes em desenvolver hipersensibilidade a determinados alimentos”
Os alimentos mais frequentemente associados a alergias alimentares incluem carne bovina, frango, laticínios, trigo e soja. Identificar o ingrediente causador exige uma abordagem específica. “Para esses pacientes, é necessária uma dieta individualizada, que seja adequada às necessidades de cada caso”, ressalta o especialista.
A investigação adequada, muitas vezes, deve ser combinada com o suporte de um nutricionista veterinário, para determinar o período e o balanceamento nutricional.
Picadas de pulgas e carrapatos
As picadas de ectoparasitas, principalmente de pulgas, também podem desencadear surtos e crises de dermatite atópica.
O controle regular, por meio de medicamentos tópicos, coleiras ou comprimidos, é a melhor forma de proteger seu pet. Além disso, manter os ambientes limpos e restringir o livre acesso à rua reduz consideravelmente os riscos de exposição.
Fatores Psicogênicos
Sabemos que fatores como o estresse e a ansiedade de separação desempenham importante papel na enfermidade.
O estresse não causa a dermatite atópica, porém, o impacto que a própria doença tem na qualidade de vida do paciente, na sua qualidade de sono, na sua relação social, ou ainda, fatores estressantes externos, contribuem para a deflagração de crises e aumento dos hábitos de auto-trauma e coceira.
Como identificar e tratar a dermatite atópica em cães?
Perceber os sinais de dermatite atópica precocemente pode fazer toda a diferença! Da mesma forma, para garantir um diagnóstico assertivo e um tratamento adequado, as consultas periódicas são fundamentais. Algumas manifestações muito comuns podem ser notadas:
- coceira, sobretudo na face e patas;
- vermelhidão e áreas de irritação;
- otites recorrentes;
- aumento da queda de pelos e áreas de falha;
- mudanças de hábitos e personalidade, como prostração ou irritabilidade.
Ao notar algum destes sintomas, não deixe passar! O médico veterinário dermatologista deve sempre ser consultado.
Tratamentos para a dermatite
Como explica o Dr. Leandro, “o tratamento deve ser multimodal e personalizado. Cada paciente precisa de uma abordagem única, combinando diferentes estratégias para aliviar os sintomas e tratar a causa subjacente”.
Os principais tratamentos incluem:
- medicamentos tópicos e sistêmicos: cremes, loções e medicamentos específicos para aliviar a coceira e reduzir a inflamação;
- banhos terapêuticos: utilização de shampoos e condicionadores específicos para restaurar a barreira cutânea e reduzir a irritação;
- hidratantes corporais e suplementação: uso de ativos tópicos, suplementos e alimentos que também fortalecem a barreira cutânea;
- adequação dietética: estabelecer dietas adequadas a fim de restringir alimentos incriminados ou aumentar o aporte de elementos importantes para a pele;
- imunoterapia: guiada por testes alérgicos com o intuito de induzir tolerância contra alérgenos do ambiente.
Agende uma consulta no Pet Care e descubra como os testes alérgicos podem ajudar a potencializar o tratamento da dermatite atópica!
Como prevenir a dermatite atópica?
Não existe uma medida ou um conjunto de medidas que possam prevenir a dermatite atópica de forma definitiva, uma vez que a doença tem forte predisposição genética e influências ambientais diversas.
Porém, algumas medidas podem ajudar a evitar o agravamento, tais quais: dietas balanceadas, socialização precoce, acesso a áreas externas, banhos com frequência e produtos adequados e visitas regulares ao médico veterinário.
Como destaca o Dr. Leandro, “todos esses tópicos devem ser avaliados de forma individualizada por um dermatologista veterinário que irá determinar as melhores recomendações para cada paciente”.
A dermatite em cachorro pode parecer um problema simples, mas ela afeta muito mais do que a pele — impacta o bem-estar e a felicidade do seu melhor amigo. O cuidado envolve entender as necessidades do seu pet, investir em métodos de prevenção e, quando necessário, oferecer o tratamento adequado.
Se você percebeu algo diferente no seu cão ou quer tirar qualquer dúvida, não perca tempo: agende uma consulta no Pet Care!