Já era quase meia noite e Elieser começava a achar que Arthur havia se enganado na contagem, ainda não havia encontrado um motivo para tudo o que estava acontecendo, mas já começava a pensar que algo ia ter que mudar em sua vida, talvez umas gorjetas de vez em quando , não fariam tanta falta assim, mas o que Elieser não sabia é que o pior ainda estava por vir…
Elieser coloca o pijama e vai para debaixo das cobertas torcendo para que aquele dia não tenha passado de um grande pesadelo. Uma rajada de vento repentinamente escancara a janela de seu quarto, flocos de neve começam a entrar e no momento que Elieser pensa em fechar a janela, uma grande coruja branca entra no recinto e se posiciona sobre o mancebo do quarto.
– Muito bem Elieser …
Desta vez o velho é que toma as rédeas da conversa…
– Já sei, já sei…você representa o Fantasma do Natal Futuro e vai me levar para viajar…Se apressa a dizer aquela figura pitoresca de pijama e gorro com uma vela na mão.
-Isso mesmo Elieser você está começando a entender..
Repentinamente tudo fica escuro, Elieser sente faltar o ar, tenta estender o braço e não consegue, tem paredes por todos os lados, sabe que está preso. Chama pela coruja..
-Ei que brincadeira de mal gosto é essa, me tire daqui.
Esfrega os olhos e tudo parece se mover, agora está em pé perto de uma árvore, a coruja ao seu lado com as garras fixas em um galho.
-Você está vendo aquilo Elieser ?
Aparecem dois indivíduos carregando, como se fosse um saco de batatas, um caixão de madeira, sem nenhum adorno. Os dois homens descem o caixão em uma cova rasa e jogam um pouco de areia sobre ele. Um deles exclama:
– Já vai tarde, velho avarento.
-Tem certeza que vai rezar para ele? O outro pergunta à figura de um padre que ali se encontrava.
-Todos merecem uma segunda chance, meu filho, mesmo as pessoas de coração frio.
Mais ninguém se encontrava naquela cerimônia, nem parentes, nem amigos, mesmo os dois que haviam carregado o caixão não esperaram para ouvir as palavras do Padre, que silenciosamente, reza em seus pensamentos, termina e abandona o local com a cabeça baixa.
Elieser se aproxima do túmulo recém coberto e fica estarrecido, era seu nome que estava gravado em uma pequena lápide, era alí que iria ficar para o resto da eternidade, esquecido, sozinho.
De joelhos Elieser começa a chorar, realmente era triste ver aquela figura tão ranzinza em um momento de desespero, a coruja já nem necessitava estar mais ali, tudo estava ficando claro na cabeça de Elieser, as atitudes deveriam ser outras. Será que ainda dava tempo para uma redenção?
Elieser é despertado pelo som de uma badalada, estava novamente em seu quarto e não era meia noite, ainda tinha uma chance, não podia arriscar que tudo tenha sido um sonho, não queria aquele final. Se veste correndo vai até a cozinha pega vários mantimentos, na sala encontra algumas peças valiosas, coloca tudo em um grande saco de pano e se dirige para a rua.
O destino de Elieser era certo, ia visitar aquela família pobre, desta vez se faria ser visto. Bate forte na porta. O homem ao abrir já solta uma exclamação:
– Já falei que não tenha mais dinheiro Sr Elieser, por favor tenha piedade!
– Não vim aqui para cobrar nada, ao contrário, posso entrar?
Antes de saber a resposta Elieser entra carregando o grande embrulho e diante daquelas crianças supresas, despeja comida, doces talheres de prata e um candelabro de ouro, do casaco surrado tira o dinheiro que o homem havia deixado em seu escritório, e de um outro bolso um belo osso para o cachorrinho, e fala.
– Gostaria que ficasse com o dinheiro, na verdade estou doando esta casa para você e sua família com a condição de que vocês cuidem muito bem deste cachorrinho. Venda este candelabro e vai ter dinheiro para roupas quentes e consertar a casa. E se estiverem necessitando de qualquer outra coisa por favor não hesite em me visitar. E agora vamos aproveitar o jantar porque todos estamos famintos.
A família abraça Elieser que a muito não sentia calor humano, o fez lembrar o quanto isso é bom.
Procure você também dentro do seu coração, tenho certeza que vai encontrar um tempo, um momento para se doar, para fazer a diferença, para ser mais humano. Olhe para aquele que necessita e veja alguém como você. Sinta compaixão, sinta vontade de ajudar, mude o mundo para que ele seja melhor.
Nós do Pet Care desejamos muita felicidade a todos os nossos clientes, parentes e amigos e que 2012 seja repleto de realizações.
Que venham muitas lambidas e abano de cauda porque a felicidade deles faz a nossa.
Adaptado do conto A Christmas Carol de Charles Dickens,
por Alex Lafarti de Sena (M.Veterinário do Hospital PetCare)