Segundo a Associação Americana de Produtos Pets, o hábito dos animais de estimação dividir a cama com seus donos não é incomum. De acordo com uma pesquisa recente, quase metade dos cães domiciliados dormem na mesma cama que seus donos. A pesquisa constatou que 62% dos cães de pequeno porte, 41% dos cães de médio porte e 32% dos cães de grande porte dormem na cama dos seus donos. A mesma pesquisa descobriu que 62% dos gatos dormem na cama dos adultos e 13% nas camas das crianças.
No Brasil, acreditamos que os números não sejam muito diferentes.
Dividir a cama é um hábito antigo que remonta o processo de evolução canina e de seu relacionamento com o homem. Se antigamente eles dormiam junto como forma de proteção e, principalmente, para se protegerem do frio, hoje esse hábito tem fatores psicológicos e comportamentais importantes para as duas espécies.
A cama do dono representa no universo canino o mais alto degrau na hierarquia da matilha e por isso é tão desejada e pode se permitido, tornar se um troféu conquistado e que dificilmente vai querer abandonar.
Já para os gatos representam uma extensão natural de seu território além de ser muito aconchegante.
É saudável dormir com animais de estimação?
Separamos respostas para algumas dúvidas frequentes. Confira:
1 – Animais podem dormir com os seus donos? Esse hábito é ruim?
Do ponto de vista psicológico, pode até ajudar as pessoas em relação à autoestima e segurança. Porém, dividir a cama com um animal de estimação pode atrapalhar a qualidade do sono, principalmente para pessoas que têm sono leve e dificuldades para dormir, pois estarão sempre preocupados em não machucar ou incomodar o seu pet. Pessoas casadas que dividem a mesma cama podem ter, nesse hábito, um motivo de discussão, principalmente se o hábito não for consenso. Outro problema encontrado é quando existem mais que um cão na mesma casa, por que isso implicaria em vários animais na mesma cama e, possivelmente, menos espaço e mais disputa territorial.
2 – Quais doenças podem ser transmitidas?
Do ponto de vista de saúde e higiene, pode ser um hábito não aprovado pela maioria dos profissionais de saúde. Para pessoas alérgicas ou com asma, esse hábito é completamente contraindicado. Inclusive, o animal não deve dividir nem mesmo o mesmo quarto com o seu dono. Em relação às doenças, acredita-se que, em animais vacinados e com controle adequado de parasitas (ácaros, pulgas, carrapatos e piolhos) e de vermes intestinais (giardia, toxoplasmose para os gatos, tênias e outros vermes intestinais), não exista maior risco que dividir um sofá, o colo ou mesmo outras partes da casa.
3 – Como fazer para evitar o risco de transmissão de doenças?
Vacinação regular, visita regulares ao médico veterinário, controle de parasitas (endoparasitas e ectoparasitas), banhos regulares, manter o pelo aparado, escovação diária dos dentes e lavar os patas depois dos passeios devem ser medidas adotadas nesses casos.
4 – Em quais situações o hábito é contraindicado?
Não recomendamos esse hábito para pessoas sabidamente alérgicas, pessoas idosas e/ou imunossuprimidas, crianças e, principalmente, junto com bebês. Não podemos esquecer de que o lindo e gracioso filhotinho um dia vai ser tornar adulto e, no caso de raças grandes, vai ficar literalmente grande para dividir o mesmo espaço. Além disso, animais idosos podem não ter controle adequado de urina e fezes e, uma vez que foram acostumados a dividir a cama, isso pode se tornar na velhice um grande problema.
5 – O hábito pode causar apego exagerado do animal ao dono ou outro problema psicológico?
Sim. Uma vez permitido dividir a cama com o seu dono, o cão passa a se considerar aceito junto ao líder da matilha e, nos casos de cães dominantes ou mais agressivos, isso pode vir a se tornar um problema com o dono, outras pessoas da família e outros animais da casa. É muito comum o cão dominante não deixar outra pessoa se aproximar da cama de seu dono e, muitas vezes, protege o local com latidos e mordidas. A partir de então, pode tornar se um grande problema colocar esse cão para dormir em outro local O mesmo acontece com os gatos: se colocados para fora da cama que estavam acostumados a dormir, podem desenvolver alteração de comportamento com hábitos de agressividade, destruição do ambiente (principalmente gatos) e demarcação de território.
6 – Quais as consequências para o animalzinho?
O animal vai adorar dormir na mesma cama do dono e vai se sentir literalmente o “dono da cama”. Caso seja impedido de manter esse privilégio, o seu comportamento pode tornar-se agressivo ou depressivo, iniciar automutilação, demarcação de território entre outros.
7 – Quais devem ser os cuidados na hora de dormir para que ambos tenham uma boa noite de sono?
A nossa recomendação é que cada um tenha a sua própria cama e que dividam o sofá ou outros momentos do dia e do convívio. Caso venham a dividir a mesma cama, ela deve ser grande e espaçosa e cada um deve ter o seu cobertor para um não atrapalhar o sono do outro.