Ao contrário do gato, o cão sofre menos com os efeitos da “automedicação”. Mas, mesmo assim, atendemos muito casos de cães intoxicados por medicamentos humanos. Muitas vezes o medicamento até tem indicação para os cães, mas são ministrados em doses inadequadas.
Em outras vezes, a intoxicação ocorre com medicamentos tópicos, pois o animal pode lamber pomadas e outras soluções tópicas. Existem ainda aqueles casos de intolerância racial a certos medicamentos como é o caso do antiparasitário Ivermectina, amplamente usado na medicina veterinária.
Outros casos, menos comum em cães do que em gatos, é da intoxicação por medicamentos proibidos para cães que podem levar a morte na dependência da dose e do tempo que foi ministrado.
MEDICAMENTOS PROIBIDOS PARA CÃES:
– Diclofenaco de potássio (Cataflan®)
– Diclofenaco sódico (Voltaren®) e a grande maioria dos anti-inflamatórios de uso humano.
– Piridium®.
MEDICAMENTOS DE USO RESTRITO EM CÃES:
– Ivermectina (Ivermec®, Vermectil®, Ivomec® entre outros). A ivermectina tem amplo uso em cães, mas as raças Collie, Border Collie, Pastor de Shetland, Sheepdog, Bearded Collie, Pastor Australiano e todos os seus cruzamentos são intolerantes ao seu princípio, apresentando sérias alterações neurológicas.
MEDICAMENTOS DE USO CONTROVERSO EM CÃES:
– Acetaminofem/Paracetamol (Tylenol®)
– 5- Fluororacil (Efurix®). De uso tópico. Se ingerido causa grave intoxicação.
– Risperidona (Risperidon®).
MEDICAMENTOS QUE REQUEREM CUIDADOS NA DOSE:
– Metronidazol (Flagyl®). Dose alta pode causar sintomas neurológicos.
– Sulfa-Trimetroprina (Bactrim®). Quando usado em dose alta pode causar displasia de medula óssea levando a anemia e Hepatopatia em Labradore
– Sulfassalazina (Azulfin®). Pode causar olho seco (KCS) nos cães.
– Aspirina. A dose em cães deve ser muito menor do que a dose em humanos.
Além dos casos de intoxicação medicamentosa, existem vários outros casos, até mais comuns no dia a dia veterinário, pois os cães experimentam tudo com a boca e acabam engolindo até aquilo que menos imaginamos. É o caso de cebolas, chocolates, venenos, adubos, plantas e outros medicamentos de uso humano.
A regra acaba sendo a mesma em todas as situações. Quer seja gato, cão ou mesmo o homem, não devemos fazer “automedicação” nunca.