A hipertermia em pets é um risco que merece atenção especial no verão. Assim como nós, cães e gatos sofrem com o calor excessivo, mas eles têm uma desvantagem: seu corpo não regula a temperatura de forma tão eficiente quanto o nosso. Então, quando a temperatura sobe, as ameaças para a saúde deles aumentam.
Também conhecida como intermação ou golpe de calor, a hipertermia é um dos riscos mais sérios. Ela pode ocorrer de forma rápida e causar danos graves, incluindo o óbito. Por isso, além de aprender a identificar os sinais de alerta, é fundamental entender como proteger seu pet do calor excessivo.
Pensando nisso, criamos este post. Nele, você vai entender mais sobre a hipertermia, incluindo os riscos que ela apresenta, como evitá-la e o que fazer ao identificar o problema. Continue a leitura!
O que é a hipertermia e por que ela acontece?
A hipertermia é o aumento da temperatura corporal acima dos níveis normais, comprometendo a saúde do pet.
Cães e gatos não conseguem dissipar o calor de forma tão eficiente quanto nós. Enquanto humanos utilizam o suor como principal mecanismo para regular a temperatura, os pets dependem de meios menos eficazes.
Quando cachorros sentem calor, por exemplo, a regulação ocorre principalmente pela respiração ofegante. Se o calor é intenso demais e o corpo do pet não consegue manter a temperatura considerada adequada, ocorre a hipertermia.
Esse quadro pode ocorrer mesmo em períodos curtos de exposição ao calor intenso. Por exemplo, 15 minutos dentro de um carro com os vidros fechados já são suficientes para desencadear uma hipertermia no pet. Da mesma forma, brincar no quintal sob o sol por 20 minutos pode ser um risco.
Diversos fatores influenciam essa condição, como as características físicas do pet, o ambiente em que ele está, a temperatura do local e até mesmo o nível de atividade física. Algumas raças de focinho achatado (braquicefálicas), como Pugs, Bulldogs e Shih Tzus, são ainda mais vulneráveis.
Isso acontece porque essas raças têm vias respiratórias mais estreitas e uma menor capacidade de dissipar o calor pela respiração, o que dificulta a regulação da temperatura corporal, especialmente em ambientes quentes.
Quais são os riscos da hipertermia em pets?
A hipertermia deve ser considerada uma emergência, uma vez que pode causar danos graves e irreversíveis.
Quando a temperatura corporal ultrapassa os limites saudáveis, órgãos vitais, como o coração, o fígado e os rins, começam a sofrer danos. O calor extremo também pode levar à falência respiratória e a convulsões, colocando a vida do pet em risco.
Sem tratamento imediato, o quadro pode evoluir para choque térmico e até levar o pet a óbito. Por isso, é fundamental conhecer e ficar atento aos sinais do problema, além de saber como agir caso ele afete o seu amigo. Abordaremos todos esses pontos a seguir.
Quais são os sinais da hipertermia?
O primeiro alerta costuma ser a respiração ofegante e excessiva, especialmente em cães, já que é o principal mecanismo de regulação térmica deles.
Em gatos, a respiração acelerada também pode aparecer. Ela é acompanhada de sinais como salivação excessiva, fraqueza, desorientação e até letargia, uma condição em que o pet apresenta falta de energia e dificuldade para se mover ou reagir aos estímulos.
Outros sinais incluem rigidez muscular, arritmias e taquicardias, que é quando o coraçãozinho bate mais rápido do que o normal. Em casos mais graves, o pet pode apresentar vômitos, diarreia, convulsões e até perda de consciência.
O que fazer ao notar os sinais?
Se você perceber sinais de hipertermia no seu pet, a primeira atitude é manter a calma e agir rapidamente. O objetivo inicial é reduzir a temperatura corporal de forma segura, evitando complicações.
Caso o pet ainda esteja consciente, retire-o do ambiente quente e leve-o para um local fresco, longe do calor direto. Vale utilizar uma área com sombra ou até um cômodo com ar-condicionado. Mas lembre-se: é fundamental correr para a emergência o mais rápido possível.
Ofereça água em pequenas quantidades para hidratação, mas evite forçá-lo a beber. Use toalhas úmidas e frescas para refrescar áreas como barriga, axilas e virilha, regiões com menos pelagem e que ajudam na troca de calor.
Você também pode molhar o pet com um borrifador ou dar um banho mais completo, mas use água em temperatura ambiente para evitar o risco de choque-térmico.
Durante esses primeiros cuidados, entre em contato com um médico veterinário para orientações específicas e leve o pet ao Pet Care mais próximo o mais rápido possível. Lembre-se: a hipertermia é uma emergência, e agir rápido faz toda a diferença.
Como evitar a hipertermia?
Agora você já sabe como lidar em casos de hipertermia, mas o ideal é que você não precise utilizar esse conhecimento. Estamos falando de uma condição grave, mas que pode ser facilmente evitada com alguns cuidados. Para manter seu pet seguro e confortável no verão, siga as dicas abaixo.
1. Evite passeios nos horários mais quentes
Se possível, planeje os passeios para o início da manhã ou final da tarde, quando a temperatura está mais amena. Caminhar em horários de pico de calor pode expor o pet ao superaquecimento. Além disso, o contato com pisos quentes pode causar queimaduras nas patinhas.
2. Ofereça sombra e ventilação
Se o pet passa tempo em áreas externas, garanta que ele tenha acesso a locais sombreados e bem ventilados. Árvores, toldos ou áreas cobertas são essenciais para protegê-lo do sol direto.
3. Mantenha água fresca sempre disponível
A hidratação é fundamental. Certifique-se de que o pet tenha acesso a água limpa e fresca o tempo todo. Vale até colocar um pouco de gelo no potinho. Para viagens ou passeios mais longos, leve uma garrafinha e um recipiente portátil para oferecer água.
4. Não deixe o pet em carros fechados
Mesmo com janelas entreabertas, a temperatura em um carro pode subir rapidamente, transformando-o em uma verdadeira estufa. Essa é uma das principais causas de hipertermia em pets. Em dias quentes, 10 minutos dentro do veículo bastam para provocar o problema.
5. Use toalhas ou tapetes gelados
Em dias extremamente quentes, itens como toalhas úmidas ou tapetes gelados próprios para pets podem ajudar a regular a temperatura corporal.
6. Atenção especial às raças braquicefálicas
Raças de focinho curto, como Pugs no caso dos cães e Persas no caso dos gatos, têm maior dificuldade em regular a temperatura devido à anatomia das vias respiratórias. Redobre os cuidados com esses pets durante o verão.
7. Adapte os exercícios
Exercícios mais intensos, como os que envolvem longas corridas ou caminhadas, devem ser moderados nos dias mais quentes. Prefira atividades leves em locais frescos ou climatizados.
8. Invista em climatização
Seu pet passa a maior parte do tempo dentro de casa? Se possível, mantenha o ambiente climatizado com ventiladores ou ar-condicionado.
Fora todas essas dicas, é importante fazer visitas periódicas ao médico veterinário para cuidar da saúde geral do pet. Além de identificar e tratar condições que podem agravar os riscos do calor, as consultas ajudam a proporcionar saúde e qualidade de vida durante todas as estações do ano.
A hipertermia em pets é um risco real. Em épocas de altas temperaturas, garanta que seu cachorro ou gato esteja protegido do calor. Pequenas ações têm grande impacto para evitar problemas graves e oferecer saúde e conforto para quem está sempre ao seu lado.
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Produzido em parceria com a Dra. Sibele Konno, médica veterinária especializada em medicina intensiva e Diretora de Medicina Veterinária no Pet Care. CRMV 15800/SP