Como resistir ao pedido insistente do seu cão ou gato por um pedacinho do que estamos comendo? Eles fazem aquelas caras de pedintes que deixa a maioria das pessoas com o coração partido. E qual a nossa reação mais comum? Pegamos uma parte do alimento e falamos: “Ah, é só um pedacinho, não vai fazer mal”. Esta é primeira contribuição que estamos tendo para a obesidade dos queridos animaizinhos, além de inúmeras outras doenças.
Assim como os humanos os cães que sofrem de obesidade necessitam entrar na medida certa. A causa da obesidade é multifatorial e que temos um grande papel no ganho de peso dos nossos animais de estimação, pois além da ração (que é balanceada) acabamos dando petiscos, frutas e todos os tipos de comida que comemos, ou pior damos a comida que não comemos, como por exemplo nos churrascos onde não comemos a gordura da carne, mas damos aos nossos pets. Outro fator é quando tem mais de um animal em casa, sempre um será o dominante, e pode roubar a comida do outro tornando-se obeso.
Alimentação não-planejada
O estilo de vida sedentário de muitos tutores e a maneira confinada em que cães e gatos vivem nos grandes centros urbanos são as principais causas da obesidade animal. A alimentação sempre abundante e calórica para os pets, bem como a falta de atividade física e a castração, também contribuem para este cenário. Como os animais não têm noção do perigo e das restrições à saúde provocadas pela obesidade, cabe aos tutores fazer esse controle alimentar e incentivar a atividade física.
A razão óbvia do ganho de peso e da obesidade é que o animal está consumindo mais energia do que consegue gastar. Esse balanço energético pode ocorrer pelo excesso de ingestão de calorias ou pela redução de gasto de energia. Contudo, o ganho de peso não se resume a uma conta tão simples assim.
Problemas relacionados
É essencial fazer o controle do peso do animal para evitar problemas decorrentes do sobrepeso e obesidade, como diabetes, pancreatite, distúrbios respiratórios, dores articulares, problemas de coluna, dificuldade de reprodução etc.
Este controle deve ser feito a partir do primeiro ou segundo ano de idade, e deve ser verificado o peso a cada dois ou três meses. Lembrando que animais castrados devem receber maior atenção, pois tendem a ganhar peso mais fácil.
Alguns fatores da obesidade podem demandar uma atenção maior por parte dos tutores, como predisposições genéticas raciais, caso dos buldogues e beagles, doenças como hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo, além de alterações hormonais, hábitos alimentares inadequados, ansiedade e a solidão.
Os problemas da obesidade não param por aí. Já foi estabelecido que animais obesos podem ter sua vida reduzida em até dois anos.
Obesidade
A nutrição correta dos animais evita problemas de saúde como obesidade ou desnutrição. Cada etapa de vida do animal demanda uma alimentação diferente e balanceada, pois com o passar dos anos e a diminuição do metabolismo e das atividades físicas, o animal passa a ganhar peso. Isso geralmente acontece do 5º ao 14º ano de vida. Mesmo para estes animais, é importante que o peso esteja no máximo de 15 a 20% acima do ideal.
Vale salientar que todos os animais que consomem dieta caseira (dieta natural) devem ser submetidos a avaliações periódicas do nutricionista. Os tutores adeptos dessa modalidade de alimentação precisam buscar auxílio do nutrólogo com mais frequência, a cada seis meses.
Depois da castração o metabolismo do animal fica mais lento e por isso, eles acumulam mais gordura, ou seja, precisam se exercitar mais e restringir a alimentação, escolher o alimento nas quantidades adequadas e não se exceder nos petiscos.
Algumas têm muito apetite e precisam se exercitar bastante. Eles precisam acompanhamento com nutricionista com mais frequência, assim não ficam com fome e não engordam demais. Esse é o caso do Golden Retriever e Labradores, por exemplo.
Outros fatores também podem influenciar no controle do apetite, metabolismo e homeostase, incluindo nesse caso, predisposição genética, gênero sexual, castração, alterações hormonais entre outras.
Subnutrição
O oposto também pode acontecer. Alguns animaizinhos podem apresentar deficiência de massa corpórea por diversos fatores. É comum acontecer uma perda de peso entre o 10º e 15º ano devido à atrofia muscular que ocorre na fase final da vida. Este emagrecimento também pode estar relacionado a outras enfermidades como diabetes, câncer, hipertireoidismo, deficiência alimentar ou alimentação inadequada, insuficiência pancreática exócrina e gastrite crônica, além de inflamações intestinais.
Fique atento, pois a perda de peso passa a ser preocupante quando ela for acima de 10% do peso ideal.
Avaliação de score corporal
Há algumas maneiras de verificar se o seu animal está com o peso ideal. A tabela abaixo ajuda a verificar em qual situação o seu pet se encontra. Caso esteja fora da normalidade, recomendamos que seja agendada uma consulta agora mesmo com um clínico geral, para recomendar o especialista adequado para o quadro do seu pet.
Avaliação veterinária
Para diagnosticar a obesidade o primeiro passo é levar o animal em uma consulta com um endocrinologista veterinário para verificar se o animal é apenas gordinho ou se existe algum problema que leve ao acúmulo de peso como por exemplo o hipotireoidismo, pré-diabetes, problemas de resistência insulínica, infiltração gordurosa no fígado.
Para isso o veterinário irá solicitar exames como hemograma, colesterol, triglicérides, hormônios tireoidianos e função hepática e renal. Com os exames sem alteração o veterinário está apto a passar uma dieta específica e um plano de exercícios para o animal que pode incluir até sessões de fisioterapia com o uso de esteiras aquáticas, esteira seca, etc.
Somente uma avaliação veterinária poderá estabelecer o que deve ser mudado na rotina do pet para que ele consiga perder peso e deixar sua saúde “em dia”.
Essa avaliação inclui mudanças como:
– O quanto o animal precisa perder de peso;
– Qual é o programa de exercícios adequado;
– Qual é a dieta mais indicada;
– Qual é a quantidade de alimento;
– Quantas refeições devem ser oferecidas ao dia.
Detecção precoce
Independente da causa é importante que se faça esforço em reconhecer os potenciais riscos, monitorar os pets jovens e maduros cuidadosamente a fim de detectar precocemente ganho de peso excessivo ou muito rápido, procurando colocar a prevenção da obesidade como medida de saúde do seu animal na manutenção da qualidade de vida.
Assim, desde as primeiras visitas ao seu veterinário, o peso deve ser monitorado, estabelecendo o que será o peso ideal de cada indivíduo através de medidas e escores corporais que seriam checados em todas as visitas. Em outras palavras, a prevenção da obesidade deve se iniciar o mais cedo possível e a ação ou interferência do médico veterinário em reconhecer precocemente essa condição é essencial no sucesso do seu controle.
Existe hoje também uma ampla evidência que a castração seja um importante fator de risco para a obesidade em machos e fêmeas, devido às alterações hormonais que afetam significativamente o metabolismo após a castração. Essas alterações interferem no ganho de energia via alimentação e metabolismo e resultam em aumento de tecido adiposo.
Dicas para evitar a obesidade
Algumas alternativas podem começar a ser adotadas pelo tutores do cão ou gato para que o aumento de peso não se torne um problema maior.
– Não ofereça petiscos para seu cão ou gato enquanto você estiver comendo.
– Não ofereça apenas 1 refeição por dia ao seu pet, muito menos exagere na quantidade de comida nessa única refeição diária do seu bichinho de estimação.
– Pesquise por alimentos indicados para seu cão ou gato com baixas calorias.
– Faça caminhadas leves ele com média de 30 minutos por dia.
– Compre brinquedos que estimulem a atividade física do seu pet para que ele possa brincar em casa e, assim, gastar calorias.
– Mantenha sempre água limpa e fresca disponível.
– Marque agora mesmo uma avaliação veterinária.