A Mielopatia Degenerativa é uma doença degenerativa crônica e lentamente progressiva da medula espinhal que acomete com maior frequência cães de grande porte em idade adulta mais avançada, raramente pode ser identificada em raças miniaturas e felinos. Os sinais clínicos iniciais são incoordenação e dificuldade para andar, sem dor dos membros pélvicos. Não existem exames específicos e precisos para diagnóstico desta doença no animal vivo ainda.
A mielopatia degenerativa não possui tratamento cirúrgico, somente clínico e paliativo, sendo recomendados antiinflamatórios, suplementação dietética de vitaminas e fisioterapia. O prognóstico é desfavorável e não há tratamento clínico que possa interromper com sucesso a progressão.
Este cão do vídeo é o Gordo, é da Dra. Vanice, ele começou com quadro de incoordenação e dificuldade locomotora dos membros e que teve progressão lenta para pior, foram feitas radiografias, nas quais foram identificados diversos bicos de papagaio, porém estas alterações não poderiam justificar o quadro locomotor, em exame mais sensível realizado (Tomografia) não foi encontrado qualquer sinal de compressão da medula, portanto por exclusão de outras doenças é fechado o diagnóstico de Mielopatia degenerativa.
Atualmente ele faz uso de antiinflamatórios, suplementos alimentares ricos em substâncias antioxidantes, fisioterapia e dieta rigorosa para controle do peso. Ele melhorou bastante, a doença vem progredindo em um ritmo mais lento e consegue levar uma vida normal. Notamos o andar difícil, e a dificuldade para levantar.
É muito comum se ouvir sobre cães de porte grande com dificuldade locomotora dos membros pélvicos, diversas raças como Pastor Alemão, Labrador, Fila Brasileiro, Rottweiler, etc podem ser acometidos, geralmente iniciam um quadro de dificuldade para levantar, preferem ficar mais tempo deitado e conforme a evolução passam a arrastar os membros quando andam, chegando ao ponto de não conseguir mais se sustentar. Animais de meia idade e idosos são mais acometidos.
Várias doenças da coluna vertebral, da pelve (bacia) e membros traseiros podem levar a estas manifestações clínicas que aos olhos do proprietário são bem parecidas.
Deve-se diferenciar as doenças ortopédicas das neurológicas para então solicitar exames diagnósticos específicos.
A doença mais conhecida pelos proprietários, capaz de levar a este quadro, é a displasia coxofemoral, em que ocorre a degeneração da articulação entre a bacia e o fêmur. Pode causar bastante dor e o cão reluta em andar.
Quanto as doenças da coluna vertebral, as mais faladas são as hérnias de disco. Neste caso o disco intervertebral que serve como um amortecedor entre as vértebras se desloca comprimindo a medula espinhal, que é responsável levar e trazer informações do cérebro para os membro (e todo o corpo), nestes casos também ocorre dor e incapacidade de mover os membros em vários graus, podendo chegar a paralisia.
Muitas outras doenças como tumores (osteossarcomas, condrossarcomas, etc), processos degenerativos (espondiloses, ou bicos de papagaio, mielopatias, etc), infecciosos (discoespondilites, infecção por vírus da cinomose, doença do carrapato, etc) , fraturas (por queda, atropelamento, doenças que enfraqueçam os ossos, etc), má formações congênitas (estas mais em animais mais jovens), podem causar dificuldade em andar com membros traseiros e duas ou mais doenças podem coexistir.
Para diagnóstico e escolha da melhor forma de tratamento o paciente precisa ser minuciosamente avaliado por um Médico Veterinário, muitas vezes se faz necessário a avaliação de um especialista na área de ortopedia ou neurologia. Nesta avaliação será possível identificar a sede da lesão e levantar suspeitas acerca da doença em questão.
O Rx é o exame de imagem de triagem indicado, porém, exames mais sensíveis como Rx contrastado, Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada deverão ser realizados, biópsias, testes sorológicos, exames de hemograma e outros exames de sangue também podem trazer informações importantes.